Os Pink Floyd foram pioneiros e exímios num certo sentido de espetacularidade dada aos concertos, em parte por a sua música psicadélica, com guitarras etéreas, se tornar muito sugestiva para uma componente visual mais ou menos abstrata. O primeiro grande momento de delírio áudio e visual terá sido este At Pompeii, que agora conhece uma nova vida, na cópia restaurada Imax, que pretende proporcionar uma experiência ainda mais imersiva, quase espiritual.
O concerto original ocorreu em 1972, uma fase relativamente inicial da banda inglesa (formada em 1965), mas já na sua segunda formação, após a saída de Syd Barrett. O produtor e realizador Adrian Maben teve a ideia ousada de gravar o concerto nas ruínas do Anfiteatro Romano de Pompeia – a cidade romana cujos habitantes ficaram petrificados depois de atingidos subitamente pela lava do vulcão Vesúvio.
A opção mais surpreendente foi a de gravar o concerto sem público (à exceção da equipa, naturalmente), talvez para fazer o contraste com Woodstock, o filme-concerto mais popular do momento, em que a atenção era dividida entre palco e audiência.
O concerto original inclui apenas sete temas. À parte da introdução original dedicada a Pompeia, constam Echoes, Part 1, Careful with That Axe, Eugene, A Saucerful of Secrets, One of These Days, Set the Controls for the Heart of the Sun, Mademoiselle Nobs e Echoes, Part 2, material correspondente a três álbuns: A Saucerful of Secrets, Ummagumma e Meddle.
À gravação feita, ao longo de quatro dias, no Anfiteatro de Pompeia, acrescentaram-se imagens de estúdio em Paris. E, para uma nova versão do filme, lançada em 1974, a produção achou importante incluir material do álbum mais recente, The Dark Side of the Moon (que se tornou o mais vendido de sempre da banda) e entrevistas aos elementos dos Pink Floyd no emblemático estúdio Abbey Road, em Londres. A versão Imax que chega agora aos cinemas inclui tudo isto, permitindo fruir da música dos Pink Floyd, num dos auges da sua carreira, num cenário mágico e pirotécnico.
Pink Floyd at Pompeii MCMLXXII > De Adrian Maben > 90 min