1. Idiota / Ôss
O universo peculiar e excessivo de Marlene Monteiro Freitas revela-se em dois espetáculos. O solo Idiota é inspirado no mito da caixa de Pandora, que encerra todos os males do mundo mas que também se torna fonte de infinitas possibilidades, e constrói-se em diálogo com a obra do artista Alex Silva (1979-2019), da cidade de Mindelo, Cabo Verde, onde a bailarina e coreógrafa viveu a infância e juventude. Após esta apresentação na Gulbenkian, em Lisboa, Marlene regressa em março ao Porto, ao Rivoli, com Ôss (osso em crioulo), uma peça feita para a Dançando com a Diferença, companhia profissional de dança inclusiva, que junta pessoas com e sem deficiência. Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa > 9-10 jan > Rivoli Teatro Municipal, Porto > 8-9 mar
2. 92º Aniversário do Rivoli
A festa costuma refletir aquilo que tem sido a programação pluridisciplinar do Teatro Municipal do Porto, e este ano não será exceção. A dança ocupa lugar de destaque, com a estreia nacional de One Song, da série Histoire(s) du Théâtre IV, da artista visual belga Miet Warlop, uma frenética performance aclamada internacionalmente, um misto de competição-concerto ao vivo. Haverá ainda a estreia absoluta de Dança, Onde Estás?, de Né Barros e Jorge Gonçalves, e de Bertie, a experiência de realidade virtual criada por Rita Barbosa. Rivoli Teatro Municipal, Porto > 19-20 jan
3. Na Medida do Impossível
Estreia nacional do espetáculo que o encenador Tiago Rodrigues criou a partir de dezenas de entrevistas a pessoas que trabalham no Comité Internacional da Cruz Vermelha e nos Médicos sem Fronteiras. O diretor artístico do mais icónico festival de teatro da Europa, o de Avignon, recorreu às vivências nas condições-limite em que estes profissionais humanitários trabalham diariamente – eles que percebem que não vão mudar o mundo, mas podem ganhar pequenas batalhas, com reflexo nas vidas das pessoas que socorrem. A música do baterista Gabriel Ferrandini resgata o indizível, o horror e o sofrimento, que não se quis explorar, mas que não se pode calar. Culturgest, Lisboa > 17-25 abr
4. Fado Alexandrino
Os 50 anos da Revolução dos Cravos marcam a programação do primeiro semestre do Teatro Nacional São João. Nela se destaca esta nova produção, com encenação de Nuno Cardoso, que parte da dramatização do romance de António Lobo Antunes, um relato do reencontro de cinco militares que regressaram da Guerra Colonial. As vivências das personagens, em quatro tempos – o Estado Novo, a memória dos combates em Moçambique, a Revolução dos Cravos e o pós-Revolução –, cruzam-se em cena, numa alegoria sobre o fado de se ser português. Teatro Nacional São João, Porto > 5-8 abr
5. Quis Saber Quem Sou
O Teatro Nacional D. Maria II continua encerrado para obras, mas as suas produções regressarão a Lisboa para o ciclo Abril Abriu, em que se celebram os 50 anos da Revolução de 1974 e as suas conquistas. Este será um dos espetáculos mais marcantes, com texto e encenação de Pedro Penim e direção musical de Filipe Sambado. A meio caminho entre o concerto e a peça de teatro, “pretende revisitar as canções da Revolução, as palavras de ordem, as cantigas que eram armas, mas também as histórias pessoais das gerações que fizeram o 25 de Abril”. Para o elenco, foram escolhidos, numa audiência nacional, jovens atores, cantores e instrumentistas, entre os 16 e os 20 anos. Teatro Municipal São Luiz, Lisboa > 20-28 abr
6. Mercado das Madrugadas / Homens Hediondos
Patrícia Portela apresenta-se em dose dupla. Primeiro, assina o texto e a encenação de Mercado das Madrugadas, e ocupa o Largo de São Domingos, em Lisboa, numa produção pouco convencional do Teatro Nacional D. Maria II; depois segue para o Porto, para encenar Homens Hediondos, do norte-americano David Foster Wallace, um solo interpretado por Nuno Cardoso, que se transforma nas diferentes personagens masculinas. Lg. de S. Domingos, Lisboa > 9-12 mai > Teatro Carlos Alberto, Porto > 20-30 jun
7. Yes or Less, é 1:00 da Manhã e não Quero Regressar a Casa
Ulisses: Uma Odisseia Europeia é o maior e mais longo projeto artístico que celebra a obra de James Joyce. Liderado por Arts Over Borders, organismo irlandês que apresenta festivais de arte transfronteiriços, envolve 18 cidades em 16 países. Em 2024, esta jornada épica chega a Lisboa, pelas mãos de Marco Martins, que volta a trabalhar com um elenco não profissional para criar uma peça que parte das circunstâncias e experiências de um grupo de jovens acolhidos institucionalmente. O espetáculo abordará questões como marginalização, reintegração social e abandono, bem como envelhecimento e confronto geracional. São Luiz Teatro Municipal, Lisboa > 8-16 jun