É o primeiro artista português a surgir em palco no formato de um holograma. Durante o concerto de Sérgio Praia com a banda responsável pela música do filme Variações (de João Maia, estreado, com grande sucesso, em 2019) nesta terça-feira, 5, no Capitólio, em Lisboa, a imagem de António Variações vai surgir à frente do público na interpretação d’A Canção do Engate.
Na produção do holograma, os movimentos do ator Sérgio Praia foram fundamentais. A tecnologia, popularmente conhecida como deep fake, recorre à inteligência artificial para juntar imagens criadas digitalmente às já existentes – processo facilitado neste caso pelas semelhanças físicas entre o ator Sérgio Praia e António Variações. “Os movimentos de dança e corpo são originais do Sérgio”, conta Janaina Boas, diretora do Studio Nuts, empresa responsável pela aplicação desta tecnologia neste concerto único. As técnicas do deep fake permitem recriar em 3D todas as medidas e características da face de Variações, nariz, sobrancelhas… A partir daí é possível gerar uma enorme quantidade de expressões.
“Quando me sugeriram a ideia não estava a perceber muito bem como tudo ia funcionar, mas ao longo do tempo tudo foi ganhando forma”, conta o ator Sérgio Praia. Os seus movimentos corporais foram trabalhados com precisão. “Fico muito feliz que esta estreia de um holograma de um artista português em palco aconteça com o António, é uma oportunidade bonita para quem viveu nessa altura e quer relembrá-la. Dos concertos que tenho feito sinto sempre um grande carinho e amor por ele; tem uma legião de fãs muito grande, no público encontram-se pessoas dos seis aos 80 anos…”.
O concerto, patrocinado pela Samsung, vai ser captado por dez pessoas (escolhidas a partir de um concurso) com os novos telemóveis Galaxy S22, que, com o sistema Nightography, permitem captar imagens com grande qualidade em ambientes de pouca luminosidade. A partir dessas filmagens do público será feito uma espécie de vídeo-concerto, a divulgar em breve. No Capitólio, dois ecrãs vão permitir a todos acompanhar o espetáculo com mais atenção ao pormenores.
A seguir ao concerto, há festa marcada na discoteca Trumps, local para sempre associado aos primeiros passos musicais de António Variações. Trinta e oito anos depois da sua morte, o músico não foi esquecido e entra, como holograma, na história dos concertos em Portugal.
Há Uma Noite P’ra Passar > Capitólio > Pq. Mayer, Lisboa > 5 jul, 21h > €10