A vida de Elvis Aaron Presley, nascido a 8 de janeiro de 1935 em Tupelo, Mississippi, é uma história tão boa que não admira que, regularmente, nos cruzemos com ela. É como uma espécie de mito contemporâneo que se vai reinventando de várias maneiras sem nunca se extinguir. Elvis tem glória, tem tragédia, tem poder, tem dinheiro, tem sexo… É uma daquelas grandes personagens que nos permitem, através das suas vidas, fazer uma leitura de um tempo e de um lugar. Neste caso, os Estados Unidos da América em décadas tão decisivas como as de 50, 60 e 70 do século passado.
Em entrevistas a propósito do seu filme Elvis (estreou mundialmente esta semana e chegou esta quinta-feira, 23, às salas de cinema portuguesas), o realizador australiano Baz Luhrmann tem dito, precisamente, que lhe interessou mais fazer um retrato da América nessa época do que propriamente um biopic de Elvis Presley. Mas é a força da palavra Elvis, de tudo o que ela carrega e convoca a partir duma história de vida, que lhe permite fazer essa leitura.