De Andy Warhol conhecemos sobretudo os seus múltiplos e serigrafias, tendo as suas polaroides, fotografias e filmes permanecido à margem das galerias e museus. É esse lado do trabalho do ícone da pop art, e a sua influência sobre várias gerações de fotógrafos, cineastas e músicos, que se revela na exposição Warhol, Pessoas e Coisas, patente na Casa São Roque, no Porto.
No centro de arte, instalado no palacete contíguo ao Parque de São Roque da Lameira, estão 38 polaroides coloridas (de rostos anónimos, lado a lado com celebridades: Sean Lennon, filho de John Lennon, Dolly Parton, a princesa Farah Pahlavi, viúva do último xá do Irão…) e 40 impressões a preto-e-branco em prata coloidal (Sylvester Stallone, Margaux Hemingway, neta do romancista, o público de um concerto dos Blondie…) produzidas pelo artista nos anos 70 e 80, e nunca antes apresentadas em Portugal. Vieram da Galeria Mishkin da City University de Nova Iorque, dirigida por Alaina Feldman, que divide com a diretora artística da Casa, a polaca Barbara Piwowarska, o comissariado desta mostra.
A par destas, exibem-se também dois filmes: Kiss (1963-64), que durante cerca de uma hora mostra uma sucessão de casais a beijar-se, e, em ecrã duplo, The Chelsea Girls (1966), filmado no mítico Chelsea Hotel, mas também na Factory, e protagonizado pelo grupo de estrelas que rodeavam o artista, de Nico, vocalista dos Velvet Underground, a Ondine (nome civil Robert Olivo) ou Ingrid Superstar.
A exposição inclui ainda trabalhos de amigos próximos de Warhol, bem como encomendas e intervenções de artistas contemporâneos de Nova Iorque, Lisboa e Porto.
Warhol, Pessoas e Coisas > Casa São Roque > R. São Roque da Lameira, 2092, Porto > até 31 jan 2023, seg, qua-dom 13h30-20h > €7, €3,50 (13-18 anos e mais de 65 anos)