É a primeira retrospetiva em Portugal da obra de Leonilson (1957-1993), artista brasileiro, da Geração 80. Reúne cerca de 250 trabalhos, numa narrativa cronológica e multifacetada de estilo colorido e expressivo, onde cabem pinturas e desenhos, bordados e esculturas, além de documentação ligada a viagens e correspondência com outros artistas, como Albert Hien.
Nordestino, imigrante e homossexual, Leonilson partiu do Brasil para o mundo numa época de grande convulsão, tornando-se um artista político ligado às raízes e crítico do panorama do seu país. De uma certa perspetiva, ao criticar a ditadura, a homofobia e a discriminação, a obra dialoga com a atualidade. “Expressa valores que precisamos de ter neste momento de crueldade e vulnerabilidade”, disse Philipe Vergne, diretor de Serralves, na apresentação da exposição, acrescentando que Leonilson “é um ícone para as novas gerações”.
Como “Leo não conseguia mudar o mundo porque os deuses não admitem qualquer competição com eles”, nota o curador Krist Gruijthuijen, citando uma frase de Leonilson, o artista inspira-se em vivências efémeras, como o sangue que pinga ou objetos simbólicos ligados à pobreza do Nordeste, e transforma-os em arte.
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Leonilson: Drawn 1975-1993 > Museu de Serralves, R. Dom João de Castro, 210, Porto > T. 22 615 6500 > até 18 set, seg-sex 10h-18h, sáb-dom 10h-19h > €12