O que é uma vida sem memórias? São elas que lhe dão substância, mesmo quando é tempo de avançar e as recordações mais dolorosas se transformam gradualmente em lembranças de um tempo bom que passou e, mesmo sem poder regressar, permanece para sempre. É desta forma que se pode resumir o novo álbum de Sean Riley & The Slowriders, o primeiro desde o disco homónimo lançado em 2016, ano que ficou também marcado pelo desaparecimento do baixista Bruno Simões, um dos membros fundadores da banda.
Também por isso, o título – Life – não foi escolhido ao acaso, como explica o vocalista, Afonso Rodrigues: “Foi a palavra maior que encontrámos. A que mais coisas conseguia encapsular e a que teria mais possibilidades de abraçar todas as histórias, sentimentos e emoções vividas desde então.” Mantendo o azimute folk rock que desde sempre norteou a banda, Life também aponta, no entanto, para novas direções, com mais beats e menos guitarras do que em qualquer outro dos registos anteriores. O resultado é um conjunto de canções ora nostálgicas, ora (quase) festivas, que não se percebe bem se é o fim ou o início de algo. Talvez, como acontece na vida real, seja ambas as coisas, como o público terá oportunidade de comprovar neste concerto de apresentação no Teatro Maria Matos, em Lisboa, que marca o regresso da banda aos palcos depois de uma longa ausência devido à pandemia. A vida, de uma forma ou de outra, tem sempre de continuar.
Sean Riley & The Slowriders > Teatro Maria Matos > Av. Frei Miguel Contreiras, 52, Lisboa > T. 21 362 1648 > 15 jun, ter 21h > €10