A partir deste sábado, 10, e até dia 17, a Casa Municipal da Cultura de Seia volta a acolher o CineEco – Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela. O objetivo é, explica Mário Branquinho, um dos diretores do festival, “fazer do cinema uma ferramenta de promoção dos valores ambientais e da sustentabilidade e, com isso, despertar consciências, do público em geral e dos jovens em particular”.
Organizado pelo município de Seia, o CineEco realiza-se ininterruptamente há 26 anos nesta cidade da Beira Alta (começou em 1995), e mantém-se como o único do género em Portugal e um dos mais antigos do mundo. “Há um despertar crescente para os temas do festival, tanto pelo lado dos realizadores, como do público, que está a aderir cada vez mais ao cinema ambiental”, nota Mário Branquinho. Este ano, devido às limitações impostas pela pandemia, a lotação das salas será reduzida: o Cineteatro recebe até 170 pessoas e o Auditório até 70. Eis cinco razões para garantir o seu lugar.
1. Longas e curtas-metragens
A 26ª edição do CineEco conta com 77 filmes e documentários, oriundos de mais de 25 países, exibidos em sala durante oito dias, divididos em seis secções. Na Competição Internacional de Longas-Metragens, destacam-se os filmes The Great Green Wall (11 out, dom 21h30), do Reino Unido, sobre a Grande Muralha Verde da África (uma tentativa de fazer crescer um “muro” de oito mil quilómetros de árvores), com produção-executiva do realizador brasileiro Fernando Meirelles; O Que Arde (16 out, sex 21h30), ficção de Oliver Laxe, e The Village and the Wildfire (15 out, qui 18h), de Kathrin Reichwald, da Alemanha, ambos sobre incêndios. Na Competição Internacional de Longas-metragens em Língua Portuguesa, o destaque vai para os filmes Silêncio – Vozes de Lisboa (16 out, sex 11h), relacionado com a questão do turismo e da pandemia e de como isso se reflete no ambiente; e O Índio Cor de Rosa (12 out, seg 11h), sobre a Amazónia. A não perder, na Competição de Curtas Metragens em Língua Portuguesa, são também os filmes Lá Fora as Laranjas Estão a Nascer (13 out, ter 14h30), acerca de um homem que vive solitário no alto das montanhas, e Úrsula (13 out, ter 14h30), sobre um sonho que acontece entre a cidade mais a norte do mundo, numa longa noite polar, e um lugar a sul, numa manhã nevoenta de verão.
2. Panorama Regional
A secção Panorama Regional, incluída no festival desde 2012, conta este ano com oito filmes a concurso, exibidos nos dias 15 e 16 de outubro. “Trata-se de uma competição muito importante, pois também deixa marcas no território”, diz Mário Branquinho. “Além de levar os realizadores locais, entre amadores e profissionais, a promoverem e produzirem uma obra para o festival, permite a abordagem e valorização de temas locais, como os fogos florestais, que afetam bastante a região, a tradição regional da pastorícia, as paisagens sonoras da serra da Estrela, ou mesmo a questão do contrabando na raia espanhola.”
3. Ecotalks
As Ecotalks, com convidados de diferentes áreas, serão transmitidas online, via streaming na página de Facebook do CineEco. “Queremos levar o debate até às pessoas que estão em casa, para que mesmo quem não pode estar presente no auditório, possa acompanhar as conversas e discutir questões que vemos como muito importantes”, explica Mário Branquinho. Ao todo, são cinco os debates de uma hora, com início sempre às 17 horas. Os temas passam pelo futuro do cinema face à atual crise pandémica e ao crescimento do streaming (Festivais de Cinema! E Agora?, 11 out, dom) até às ligações e diferenças entre cinema e televisão (16 out, sex). Durante o festival, haverá ainda tempo para falar de Film Comissions – Cinema e Territórios (12 out, seg), As Novas Tecnologias e a Educação Ambiental (13 out, ter), e Cinema com Escolas e Novos Públicos (15 out, qui), tema querido ao CineEco que, exceto nesta edição (devido à pandemia), levou sempre o cinema até ao público escolar.
4. Exposição “Rumores do Mundo: Pessoas, Lugares, Outros Olhares”
O CineEco não se faz só de cinema ambiental, mas também de atividades paralelas. Com inauguração marcada para este sábado, 10, às 17h, a exposição de fotografia Rumores do Mundo: Pessoas, Lugares, Outros Olhares estará patente, durante o festival e até 30 de novembro, nas galerias da Casa Municipal da Cultura de Seia. Resultado da parceria do CineEco com o Centro de Estudos Ibéricos da Guarda, que todos os anos organiza o concurso fotográfico Transversalidades: Fotografias sem Fronteiras, a exposição representa “um contributo de vários olhares pelo mundo, através da fotografia, levando o público numa viagem por territórios recônditos, de paisagens naturais e humanas”, refere Mário Branquinho.
Também na Casa Municipal da Cultura de Seia, a partir sábado, 10, a exposição De Tela a Tela, Cineviagens promete mostrar a diversidade de técnicas do cinema de animação nacional e estrangeiro, num trabalho que representa o culminar de um desafio lançado a 44 artistas.
5. Música, performance e apresentações
Entre as restantes atividades paralelas agendadas está a performance Finding a Place to Land (10 out, sáb 18h), uma interpretação de obras musicais contemporâneas, acompanhadas por imagens e vídeos, que Hugo Simões apresenta na Casa Municipal da Cultura de Seia. Também no sábado, 10, às 21h30, naquele que é o concerto de inauguração do festival, a banda Pedro e os Lobos apresenta Depois da Tempestade, disco editado a 7 de fevereiro, sobre os tempos que vivemos e que pretende deixar uma mensagem de união. A 14 de outubro (17h), será apresentado o livro Plasticus Maritimus, de Ana Pêgo e Isabel Minhós Martins, com ilustrações de Bernardo P. Carvalho, que alerta para a quantidade de plástico nos oceanos.
26º Cine Eco – Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela > Casa Municipal da Cultura de Seia > Av. Luís de Camões, 484, Seia > T. 238 310 235/7 > 10-17 out > grátis > www.cineeco.pt