“Nós estamos fechadas em gaiolas, mas eles é que são os animais”, desabafa Taystee durante os interrogatórios da investigação federal que está a decorrer, após a morte de dois guardas prisionais. Para trás ficou uma temporada concentrada em apenas 72 horas de rebelião. As reclusas quiseram fazer justiça, em muitas situações com as próprias mãos, à morte inesperada de Poussey – uma cena que comoveu a audiência de Orange Is The New Black, e que continuará a pairar no ar até ao final desta sexta temporada. Porém, nem tudo correu como planeado. Com as autoridades a porem fim ao motim de Litchfield, após rebentarem com as paredes e chegarem às catacumbas, onde na piscina abandonada estavam barricadas algumas das mais carismáticas presidiárias da série, é tempo de máxima segurança, literalmente. Agora, Chapman, Alex, Red, Crazy Eyes, Taystee, Mendoza, Dayanara, Cindy, Nichols e Ruiz estão cada uma na sua “gaiola”, isoladas de conversas filosóficas, convívios disparatados, combinações mais ou menos interesseiras, carinhos e afetos com muito sexo à mistura. Aliás, nesta sexta temporada fugiu mesmo o tom cómico e mordaz da série criada por Jenji Kohan (Erva), com poucas ou nenhumas gargalhadas ao longo dos episódios.
Há novas personagens, um leque de guardas prisionais (os tais “animais” de que Taystee falava), sem o carisma nem a graça dos anteriores. Impõem-se com cenas de violência desgarrada, demonstrando que o poder (e os seus abusos) continua do lado de quem manda. Para trás ficaram condescendências com tribos hispânicas, negras ou de skinheads. Entre as presidiárias, a combinação era fazer crer que Piscatella, o chefe dos guardas prisionais, as teria feito reféns. Já os polícias, engendraram a história de que este foi morto a sangue-frio pelo grupo de mulheres. Durante a investigação, que há de chegar a julgamento, umas estão na lista das líderes do motim, outras encabeçam a lista de assassinas, mas todas correm o risco de ver as suas penas agravadas.
Orange Is The New Black > Estreia 27 jul, sex > Netflix