Há uma linha invisível que liga os polos verticais da cidade, os Silos do Centro Empresarial 3ás e a torre dos Paços do Concelho. ”Um teleférico virtual e visual de interpelações e contemplações”, como se afirma no programa desta Bienal de Arte Contemporânea da Maia, a decorrer até 30 de setembro. Entre aqueles dois polos, em espaços mais ou menos convencionais do concelho, haverá artes plásticas, ilustração, instalação, escultura, media art, novo circo e música. “Arte em Ligação” é o mote desta quinta edição.
Cada área terá um curador responsável. No programa de arquitetura, da responsabilidade de Andreia Garcia, constam dois projetos: Shaping Shape, intervenções artísticas nas fachadas dos Silos, assinados por duas equipas (Diogo Aguiar Studio+Pedro Tudela e Fahr 021.3+Dalila Gonçalves), ambas formadas por um gabinete de arquitetura e um artista com experiência à escala da cidade, que tinham por objetivo a consolidação da memória do lugar; e Unlimited Shape, nos espaços exteriores do aeroporto e do Fórum da Maia, com a artista Gabriela Vaz Pinheiro e o coletivo de arquitetos Moradavaga a serem convidados a explorar os limites da forma, num contexto dialogante entre arte e arquitetura.
A partir de meados de julho e até setembro, decorrerá um conjunto de visitas guiadas pelo território, orientadas por especialistas de várias áreas, desde o olhar entre o rural, o industrial e o urbano do geógrafo Álvaro Domingues, ao passeio entre moinhos, quintas e solares conduzido pelo arquiteto Manuel Montenegro. “Uma leitura em trama que possibilitará uma nova forma de conhecermos a Maia”, afirmam Ana Vieira e Matilde Seabra, as curadoras.
No design e nas artes plásticas, o curador Sérgio Alves convidou alguns artistas para pensar a Bienal e a cidade da Maia, desenvolvendo uma reflexão crítica e artística sobre os tempos em que vivemos. É o caso, por exemplo, da exposição Songs of Portugal, patente no Fórum da Maia, do holandês Hennie Lenders, que se define como um “pintor de músicas”, convidando os visitantes a tocar nas telas inspiradas no nosso País. Quem seguramente provocará impacto será Qimmy Shimmy, artista natural de Singapura, com a instalação Every Drop of Rain, sobre a dualidade da vida, que poderá ser vista no edifício Venepor. Mais para a frente, serão inauguradas mostras individuais da italiana Giada Ganassin, do francês Benoit Canaud e dos portugueses André da Loba, José Cardoso e Henrique Nascimento.
Até setembro, o calendário estará preenchido com muitas outras atividades, contando a Bienal com a participação de mais de cinquenta artistas.
Bienal de Arte Contemporânea da Maia > Fórum da Maia, Venepor, Parque Central, Silos do Centro Empresarial 3ás, entre outros > até 30 set > grátis