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A Sauna é o quarto espetáculo da pentalogia de Mickaël de Oliveira
Espraiados numa sauna, uma ex-deputada, um diretor de campanha, um empresário africano, um líder dum partido da oposição, um jornalista, um presidente de uma agência de publicidade, um bispo e um jovem escrivão de 20 anos debatem o futuro da nação. São eles os detentores de um poder sinistro, oculto, que domina os grandes setores, desde os media às finanças. Após um período conturbado no País (supostamente, Portugal), há urgência em escolher um candidato a primeiro-ministro que reúna o acordo de todas estas figuras, longe das preocupações reais da população. “Quis fazer um retrato distorcido destes bastidores da política e ver até onde a manipulação e a ficção criada por um grupo de pessoas pode ir, sendo capaz de alterar o imaginário coletivo de um País”, afirma Mickaël de Oliveira, o dramaturgo a quem o Ensemble encomendou o texto de A Sauna.
A peça baseia-se em Hípias Menor, de Platão, considerado pelos especialistas como um dos diálogos mais inacabados do autor clássico, onde se defende a tese de que quem mente voluntariamente é melhor do que quem o faz involuntariamente. O texto encontra eco na citação de Jacques Rancière, em O Ódio à Democracia: “Os direitos do homem são vazios ou tautológicos, dizem Burke e Hannah Arendt. Ou então eles são os direitos do homem nu. Mas o homem nu, o homem sem pertença a uma comunidade nacional constituída, não tem quaisquer direitos.” Este é o quarto espetáculo da pentalogia (formada por No(s) Revolution, A Constituição, ambos de 2015, e Sócrates Tem de Morrer, dividido em duas partes, a primeira já exibida em 2017) de Mickaël de Oliveira dedicada ao discurso platónico.
A Sauna > Casa das Artes > Parque de Sinçães, Vila Nova de Famalicão > T. 252 371 304 > 18-20 mai, qui-sáb 21h30 > €8