
“Gosto de me colocar na pele de outras pessoas, cantá-las e interpretá-las, quase como se fosse uma atriz”, afirmou Cristina Branco quando lançou o disco Menina, que agora apresenta ao vivo em Lisboa
AUGUSTO BRAZIO
No verão passado, após três anos sem editar, Cristina Branco anunciou o regresso aos discos com o single E Às Vezes Dou Por Mim, um tema com música de Filho da Mãe e letra de André Henriques (Linda Martini), apresentado pela própria como “uma espécie de manifesto feminista dos novos tempos”. Estava assim dado o mote para Menina, um álbum “bastante feminino”, como o classificou então em entrevista à VISÃO e cujo título, “com tantos significados na língua portuguesa”, remete precisamente para um conceito muito transversal de mulher.
Como ponto de partida, apenas pediu aos autores para escreverem sobre o tema da mulher. Fora esta indicação, todos eles tiveram total liberdade para criar as suas próprias mulheres, nas quais Cristina Branco acabou por se rever bastante. “Gosto de me colocar na pele de outras pessoas, cantá-las e interpretá-las, quase como se fosse uma atriz”, afirmou então. O novo trabalho marcou também a estreia de um conjunto de novos autores, oriundos das mais variadas latitudes da música portuguesa, como Jorge Cruz (Diabo na Cruz), Cachupa Psicadélica, Peixe e Nuno Prata (ex-Ornatos Violeta), Kalaf, Luís Severo ou Ana Bacalhau, Pedro da Silva Martins e Luís Martins (dos Deolinda), no já de si muito abrangente universo musical da artista, que continua a ter no fado o ponto de partida para expandir, cada vez mais, as fronteiras da sua música.
Centro Cultural de Belém > Pç. do Império, Lisboa > T. 21 361 2400 > 25 fev, sáb 21h > €5 a €20