O destino estava-lhe traçado desde cedo. Nascido na vila alentejana do Redondo, é o terceiro de cinco irmãos, todos eles com ligações à música. Ainda na juventude, durante os tempos de recruta no Algarve, tornou-se amigo de José Afonso, rumando depois à capital para estudar Belas Artes e em seguida para Paris, onde se juntou a Sérgio Godinho e José Mário Branco.
Começou a cantar nos anos 70, com Zeca Afonso, com quem colaborou no disco Coro dos Tribunais e foi um dos participantes no histórico I Encontro da Canção Portuguesa, em março de 1974, no Coliseu dos Recreios. O primeiro disco em nome próprio, Semear Salsa ao Reguinho, surge no ano seguinte e funciona, ainda hoje, como uma espécie de marca de água de toda a obra do cantor, que, por muitas latitudes por onde viaje a sua música (e são tantas), regressa sempre ao seu Alentejo natal.
Tal como faz agora, 40 anos e mais de duas dezenas de álbuns depois desse primeiro registo de originais, num concerto em que contará com a companhia em palco do grupo coral Camponeses de Pias, mas também de outros amigos, já feitos em Lisboa, a sua outra cidade, para onde veio no final dos anos 60. São eles Ana Bacalhau, Samuel Úria e Manuel João Vieira, que vão ajudá-lo a celebrar toda uma vida de canções, num concerto cujo título, Não sei do que é que se trata, mas não concordo, remete também para as origens do cantor. O nome é uma homenagem a um carpinteiro, nascido no Redondo, que interrompia sempre as assembleias-gerais do Redondense Futebol Clube com a esta frase. Chamava-se Zé Embirra…
Vitorino > Teatro Municipal São Luiz > R. António Maria Cardoso, 54, Lisboa > T. 21 325 7640 > 18 nov, sex 21h > €9 a €17