Esqueçam-se os modelos. A família é, e será sempre, uma presença constante na vida de cada pessoa, seja qual for a configuração que, num dado momento, ela possa exibir. Sem nunca lhe faltar uma mão cheia de histórias para contar. Em cena, uma casa à espera de ser habitada, por Catarina Gomes, Mafalda Pinto Coreia e Tiago Jácome, os atores vão preenchê-la e moldá-la com os registos de cada personagem. “Procuramos trabalhar a zona de relação pai/mãe/filho, sem deixar de viajar por outras pessoas que fazem parte da família”. Diz a encenadora:”A família cresceu e, por vezes, envolve figuras sem ligações biológicas”. Que tanto podem ser o padrasto, a avó, os meios-irmãos, os tios ou até a vizinha do lado. A partir de um texto de Eugénio Roda, escrito para o espetáculo, com imagens bastante poéticas e abertas à imaginação, Joana Providência mostra o que é uma família. Em palco não faltam cenas comuns, com a avó a cantar uma canção de embalar, o avô a fazer um boneco com uma embalagem, o tio a ler o jornal de pernas para o ar, os netos a fazer ondas com a sopa, os primos a correr para marcar golo, sem margem para esquecer que o colo da mãe é o transporte mais seguro e que as cavalitas do pai servem de varanda sobre o mundo. Os piqueniques, o miar do gato e as ovelhas negras também aparecem. “É um trabalho com muito movimento e algumas palavras, onde cabe a família de cada um”, conclui a encenadora.
Palácio do Bolhão > R. Formosa, 342, Porto > T. 22 208 9007 > 20-23 dez, dom 16h, seg-qua 10h30, 15h > €5 a €10