Rhaenys, Rhaenys, isso é que foi uma “entrada de dragão”! Mas porque não gritaste tu, poderosa princesa, aquela palavrinha mágica que mandaria Alicent, a rainha que não convence, literalmente arder no quinto dos infernos? Dracarysssssssss. E era o fim.
Justamente, era o fim, e isso não tinha graça nenhuma.
Portanto Rhaenys, ó poderosa, ficamos com esta tua imagem de grande amazona montada no seu Meleys, frente a frente com a família que Viserys nos deixou, a hesitar, a hesitar, cheia de vontade de deitar fogo à casa, mas a conter-se na sua humanidade, deixando “apenas” o aviso: vai haver guerra feia.
Começamos este texto sobre o episódio nove de A Casa do Dragão pelo fim porque é impossível tirar esta cena da cabeça. Rhaenys, a “rainha que nunca foi”, interpretada por Eve Best, deixa-nos de queixo caído, coração aos saltos numa aflição da aventura… isto depois de vivermos uma hora de boa e velha conspiração política para colocar Aegon no trono que seria por direito da sua irmã mais velha, Rhaenyra – o pai nomeou-a sua sucessora, mas nunca uma mulher governou Westeros. Agora que ele está morto, a madrasta má quer ver o filho governar.
Mas Aegon é tão tonto, tão tonto que, se por um segundo ignorarmos o facto de ser um violador de mulheres, até poderemos ter pena dele. O rapaz não quer governar, sobe ao altar da coroação como o cordeiro pascal à beira do sacrifício (embora, depois, perceba que o poder tem um canto de cisne). Já Aemond, o irmão mais novo, não quer outra coisa, e seria talhadíssimo, se nos apetecesse viver sob o domínio de um rei cruel, mas mil vezes mais interesssante do que o irmão.
Já Alicent não convence mesmo – e não é tanto do talento da atriz, mas das falhas do argumento. Então, ela perde o marido que, no leito da morte, lhe diz que Aegon é o príncipe prometido (referia-se ao primeiro, o Conquistador, mas ela entende que é o segundo, o filho de ambos). Isto depois de Viserys defender publicamente a filha no seu último sopro de vida, tendo insistido, durante 20 anos, que Rhaenyra seria sua herdeira. E Alicent não acha estranho?
Depois, a rainha diz que Rhaenyra e Daemon nunca aceitarão o reinado de Aegon, mas fica chocada com a possibilidade de os matar. Quer prendê-los para a vida? Nada chocante. Não convenceu no seu rancor por Rhaenyra, não convenceu quando fez as pazes com ela… Alicent, temos um problema.
O facto é que o golpe palaciano faz o seu caminho, matando-se os nobres que se mantinham fiéis a Rhaenyra (a propósito, que cena é aquela de Sir Criston a esborrachar a cabeça de Lord Beesbury na reunião do pequeno conselho? E depois lá fica o morto, a jorrar sangue na mesa, enquanto prossegue a conspiração…).
Aegon é coroado, depois da saga para o encontrar – o que implica uma incursão pelos locais mais decadentes de Porto Real, onde ficamos a conhecer pelo menos um dos seus bastardos. A Verme Branco tinha-o raptado para o usar como moeda de troca: quer acabar com as lutas de crianças nas arenas de Fundo das Pulgas. Uma história enrolada.
Depois… depois acontece Rhaenys e o seu dragão para estragar a festa dos Hightower. Mas para onde vai a princesa depois de os ameaçar. Juntar-se-à a Rhaenyra e Daemon? Não os vimos neste episódio nove, mas apostamos que no próximo, o último da temporada, o show será todo deles.