Chama-se hirudoterapia e consiste na colocação de sanguessugas em cima do corpo para sorverem o nosso sangue. Não é uma ideia fantástica…
O facto é que, depois de serem estrelas da medicina durante séculos e séculos, de terem caído em desuso no século XX, as sanguessugas estão de regresso, já não na medicina tradicional, mas nas formas alternativas, em alguns spas e termas, ou mesmo clínicas que prometem tratar todo o tipo de doenças, da disfunção sexual à asma.
A saliva desta espécie de vampiro tem, notam muitos estudos, propriedades anticoagulantes. E devem ser mesmo extraordinárias porque, primeiro SPOILER, Viserys não morreu. Está com o ar mais apodrecido do que nunca, mas ali continua, 10 anos depois, com meia dúzia de cabelos.
O episódio 6 de House of the Dragon está cheio de novidades. Dá-se um salto no tempo, passou uma década desde que a princesa Rhaenyra se casou com Laenor Velaryon. Estamos agora a vê-la dar à luz o seu terceiro filho, e todos os miúdos são morenos como… Como quem? Não como a mãe nem como o alegado pai. São morenos como Harwin Strong, comandante da guarda real.
Rhaenyra passou a ser interpretada pela atriz Emma D’Arcy, que tem uma presença imponente no ecrã. E logo no início do episódio ficamos a saber que a princesa e a rainha, outrora amigas, têm agora um ódio visceral uma pela outra. Rhaenyra tema Alicent e esta deixou o ar adolescente para se mostrar uma mulher cruel e maquiavélica. Olivia Cook, a atriz que interpreta agora a mulher de Viserys, tem belíssimas expressões de desdém ao longo do episódio.
O embate é inevitável. Rhaenyra é a herdeira do trono, filha mais velha do rei, e Alicent a sua madrasta, mãe de Aegon, o filho homem de Viserys e putativo sucessor. Aegon cresceu e é treinado em armas por Sir Criston, o antigo apaixonado de Rhaenyra, que esta rejeitou. E é muito triste ver Sir Criston transformado em homem ressabiado, grosseiro, capacho de Alicent.
Harwin Strong é o filho da mão do rei, Lyonel Strong. São senhores do fabuloso castelo de Harrenhal, que estava destruído em A Guerra dos Tronos – e mesmo assim foi impressionante cenário de cenas inesquecíveis, como quando Locke mete Brienne a lutar com um urso.
Há ainda outro Strong, filho de Lyonel. Larys, tornado conselheiro da rainha, é um intriguista da corte. O seu discurso em voz off, enquanto o pai e o irmão ardem em Harrenhal, mandados matar por ele, faz lembrar o discurso de Petyr Baelish (Mindinho) em Guerra dos Tronos: “O caos é uma escada…”
E assim fica Rhaenyra sem amante e Viserys sem mão, que é como quem diz sem aquela espécie de primeiro-ministro. Alicent tem imensa vontade de voltar a chamar o pai, Otto Hightower. Rhaenyra, cercada pelos boatos de ter três filhos bastardos, foge com a família para Pedra do Dragão. O jogo parece estar a favor da rainha.
Uma nota final para dizer que Daemon está deprimido, mas não por muito tempo. Casara-se com Laena Velaryon, tem duas filhas e está em Essos. Parece quieto. Mas aí vem o terceiro filho, o que acaba em tragédia para Laena, que se suicida por intermédio do dragão Vhagar.
A mortalidade materna era terrível noutros tempos, sabemos, mas definitivamente há nesta série um “fétiche” com a agonia do parto. Segunda morte a dar à luz numa cena impressionante, embora não tão impressionante como a “cesariana” da primeira mulher de Viserys.
Uns morrem, outros nascem, mas duas coisas parecem certas: Daemon vai voltar ao jogo; e Rhaenyra e Alicent vão dar cabo de Westeros não tarda.