Onde está o rei Bran I, the Broken? Porque não vemos Jon Snow mergulhado na neve do seu tão amado norte, nas Terras do Inverno Perpétuo? Por onde andará Arya, que mundos já terá visitado? É melhor não pensar muito nisso que não estamos em tempos de sequelas. Vamos então à prequela que nos foi posta no ecrã da HBO e dá pelo nome de House of the Dragon. É dela que toda a gente fala agora.
Para quem nunca viu a Guerra dos Tronos, perderá certamente dezenas de referências que povoam todo o primeiro episódio, mas isso não afeta a primeira perceção do enredo – estamos perante uma família que vai estraçalhar-se pelo trono de ferro.
Ao contrário de Guerra dos Tronos, em que várias famílias de nobres lutavam pelo poder, em House of the Dragon os Targaryen, sozinhos, dão conta do recado no que diz respeito aos jogos políticos e às manobras de bastidores recheadas de muita traição e violência. Ou não fosse esta a família em que a “loucura corre-lhes no sangue”. Ou como dizia Sir Barristan a Daenerys: “O rei Jaehaerys uma vez disse-me que a loucura e a grandeza são os dois lados da mesma moeda. Cada vez que um Targaryen nasce, disse ele, os deuses lançam a moeda ao ar e o mundo sustém a respiração para ver de que lado ela aterra”.
Para quem é fã da Guerra dos Tronos é fácil, muito fácil, entrar neste mundo criado por George R. R. Martin que a HBO, com ambição de agarrar espectadores como se não houvesse amanhã, transformou numa mega produção. Difícil mesmo é atinar com os nomes desses Targaryen de cabelos prateados.
Ali estão os Baratheon, os Stark (ou referências aos seus antepassados), Porto Real, os mantos dourados e a sua violência, os sete deuses, o leite da papoila, Harrenhal (e que maravilha vê-lo em todo o seu esplendor), a mão do rei, o meistre, os torneiros, os bordéis, o sexo e a nudez gratuitos (porque não?), o sangue a jorrar da carne rasgada por espadas e martelos.
Ah, e os dragões. São 10. Os eventos, baseados no livro Fire&Blood, de George R. R. Martin, começam não 300 anos antes de a Guerra dos Tronos, como o livro, com a conquista de Aegon, mas 200 anos antes, com a morte de Jaehaerys I que, não deixando descendentes homens por terem morrido, cria um dilema: deverá suceder-lhe a neta mais velha ou o neto? Ganha o neto Viserys.
Já a 172 anos antes do nascimento de Daenerys, reina Viserys I que se confronta com o mesmo dilema. Tem apenas uma filha e um irmão muito ambicioso. (Um parênteses para dizer que o ator Matt Smith, a avaliar pelo primeiro episódio, vai fazer um vilão excelente, daqueles que adoramos odiar)
Mas House of the Dragons vai ser sobretudo a história de duas mulheres. De Rhaenyra, a filha de Viserys que este nomeia sua herdeira; e da sua melhor amiga, Alicent, que acaba por se casar com Viserys em segundas núpcias. Dar-lhe-á o tão esperado herdeiro homem pondo em causa a sucessão de Rhaenyra? Os dados estão lançados, siga o jogo.