Quanto mais a música perdurar no tempo, melhor. Foi o que aconteceu com as canções escritas e interpretadas por Aretha Louise Franklin (1942-2018). Mas foram precisos muitos anos para se imortalizar a genialidade da miúda que nasceu em Memphis, no Tennessee, e cresceu em Detroit. Sem uma presença maternal, e com a rédea curta de um pai mulherengo, o pastor batista Clarence LaVaughn Franklin (Courtney B. Vance), Aretha não sabia ler música, foi uma autodidata no piano. Começou a gravar aos 12 anos, a mesma idade com que teve o primeiro filho, e aos 18 assinou o primeiro contrato discográfico. Até morrer, há três anos, haveria de vender mais de 75 milhões de discos em todo o mundo.
Nesta terceira temporada da série Genius – que já retratou Einstein e Picasso –, coube a Cynthia Erivo (The Outsider), atriz britânica de 34 anos, o papel principal de contar uma história de vida cheia de prepotências, controlo masculino, violência doméstica e racismo. Ao longo de oito episódios, concebidos por Suzan-Lori Parks como se de um musical se tratasse, são muitos os avanços e recuos na cronologia de Aretha, que desde pequena (na série interpretada por Shaian Jordan) privou com outros ilustres como Duke Ellington, Ella Fitzgerald ou Dinah Washington.
Oportunidade para ouvir grandes êxitos como Respect, You Make Me Feel Like a Natural Woman, I Say a Little Prayer ou Amazing Grace e alcançar o significado das letras. Dona de uma voz portentosa – que chegou a fazer-se ouvir na luta pelos Direitos Humanos –, Aretha precisou de livrar-se do controlo, primeiro do pai, depois de Ted White (Malcolm Barrett), o seu primeiro marido, para brilhar em pleno no gospel, soul, jazz, blues e pop. Eis a mulher que cantou na tomada de posse dos presidentes americanos Barack Obama e Bill Clinton e no funeral de Martin Luther King Jr., o senhor que se segue na quarta temporada de Genius.
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Genius: Aretha > Estreia 4 jun, sex > Disney+