1. É Uma Esplanada
Num Chiado pejado de turistas, é bom saber que existe um sítio assim, com sombra e sossego. Chama-se É Uma Esplanada e funciona como cafetaria do Museu de São Roque. A esplanada que lhe dá nome está posta ao canto do Largo Trindade Coelho, mas é lá dentro, no antigo claustro do convento, onde também existem mesas e cadeiras, um pequeno lago e plantas, que mais apetece estar. Trata-se do quinto projeto de restauração da associação Crescer, para formar e integrar pessoas em situação de sem-abrigo, refugiados e requerentes de asilo no mercado de trabalho. Não sendo novo (abriu no final de 2022), renasce agora com outro vigor.
A carta, sob a orientação de Nuno Bergonse, chefe consultor de todos os projetos gastronómicos da Crescer, reúne sobretudo tapas e petiscos (bolinhos de bacalhau, húmus de espinafres com pão pita, cornetos de salmão fumado com beterraba, tábuas de queijos e enchidos), saladas, um hambúrguer de novilho, tosta de frango e sobremesas caseiras. Também há propostas de brunch, como os ovos Benedict, tostas, croissants e panquecas (à carta ou num menu de €16). Sumos naturais, cerveja, chá, sangria, vinhos e cocktails acompanham os diferentes momentos do dia. Museu de São Roque, Lg. Trindade Coelho, Lisboa > T. 96 831 1760 > ter-sáb 10h-19h
2. Hemisfério
Quem conhece bem Oeiras lembrar-se-á do restaurante vegetariano Govinda, no alto do jardim municipal da vila. No seu lugar abriu, em junho, o Hemisfério, e quem passar por lá vai encontrar uma zona exterior, com mesas e uns bancos forrados com almofadas confortáveis que recortam o muro – onde se está muito bem, ao fim da tarde, a beber uma cerveja e a petiscar um trio de húmus, as batatas cortadas fininhas com maionese de trufa ou uns croquetes –, e uma sala envidraçada para refeições, decorada a palhinha e madeira e com vista para o jardim.
Do bar, no pequeno edifício octogonal classificado que aqui existe, saem cocktails de autor e clássicos (havia em Oeiras um sítio para beber um paloma ou um bellini?). A ideia inicial dos amigos e sócios André Simões e António Ricciardi, que cresceram em Oeiras, era que o Hemisfério fosse um sítio onde comer um brunch a qualquer hora (servido à carta) e um bar. Mas a reação das pessoas tem sido boa, conta António, de tal forma que começaram a servir também jantares de quarta a sábado. Na ementa fixa constam a shakshouka (prato do Médio Oriente, feito com ovos escalfados num estufado de tomate e harissa, queijo feta e creme de iogurte), um hambúrguer de carne com queijo cheddar e um molho secreto servido com chips de batatas, taças de salmão ou frango e um rosbife de vitela. R. Desidério Faria, 31, Oeiras > T. 91 394 9615 > ter-dom 10h-19h, qua-sáb até 24h
3. Madrasta
Instalou-se num edifício histórico dos anos 50, no Jardim Municipal de Paço de Arcos, à beira da Avenida Marginal, e logo nos últimos dias de março deu nas vistas, conquistando uma clientela que vai das famílias (mãe, pai, avós e netos) aos grupos de amigos, com e sem crianças (o jardim tem um parque infantil).
O Madrasta, do grupo Non Basta, funciona como restaurante, com duas salas interiores decoradas com um painel da Oficina Marques e peças em cerâmica de Bela Silva, e uma generosa esplanada, onde se serve uma carta que combina as cozinhas portuguesa e italiana. Subindo uma escada em caracol, chega-se ao terraço (em inglês rooftop, como se prefere dizer agora) com vista para a outra margem, do Cristo-Rei à Costa da Caparica. A funcionar desde o final de maio, está decorado com cadeirões, pequenas mesas de madeira e chapéus de sol amarelos de pano. A carta é mais curta do que no restaurante, mas não menos apetecível. A arte de petiscar faz-se com ostras, pastéis de massa tenra, cachorro de lavagante, salmão de cura caseira com leite de tigre, carpaccio de polvo, prego do lombo e panuozzo de camarão ou de polvo. Na secção Estes Cocktails só no Rooftop, leem-se nomes como Palomita Express, Moscow Roof, Cumbia Sour e Nonna Spritz, mas também há vinho a copo e cerveja. R. do Jardim Municipal de Paço de Arcos > T. 21 151 3012 > seg-qui e dom 12h-00h30, sex-sáb 12h-1h
4. Selllva
A novidade aqui é que este restaurante cheio de boas vibrações, muito graças aos murais pintados pela ilustradora francesa Henriette Arcelin, que se inspirou no exotismo da fauna e flora selvagens, tem uma segunda morada. Se, na zona do Marquês de Pombal, o Selllva (assim mesmo com três “l”) fica numa rua sem saída, e por isso o trânsito não incomoda quem está na esplanada, em Campo de Ourique ganhou um pátio com muitas plantas nas traseiras. Ali, podemos tomar o pequeno-almoço ou um brunch (todos os dias até às 18h), petiscar, beber um sumo natural, almoçar e jantar. A carta, na qual não entra carne vermelha, tem opções saudáveis e pratos inspirados em cozinhas internacionais. Outra novidade é o bar de crudos, nome para sugestões que não passam pelo lume. Pode pedir sem grandes pressas e horários, pois o restaurante não encerra entre refeições. R. 4 de Infantaria, 29, Lisboa > T. 21 599 9631 > seg-dom 9h30-24h