Sair à noite em Lisboa. Roteiro, hora a hora, por bares e discotecas da cidade – até ao nascer do Sol

Sair à noite em Lisboa. Roteiro, hora a hora, por bares e discotecas da cidade – até ao nascer do Sol

23.00 Musa de Marvila

Ainda há um mês, a Musa estava em festa, a celebrar o seu aniversário, lembrando–nos que foi há oito anos que a marca de cerveja artesanal abria o seu primeiro poiso em Marvila. Ficava na Rua do Açúcar, não muito longe de onde hoje nos encontramos, a Rua Vale Formoso, e diga-se, beneficiou com a mudança. Ganhou-se um espaço cheio de personalidade, que mantém a fábrica e o bar de cerveja, a comida em modo de petiscos e uma programação musical regular, seja em versão concerto ou em DJ set. Quando o calor sobe na pista, o terraço é sempre uma alternativa, com as suas mesas corridas debaixo de toldos coloridos. Aliás, cor é o que não falta por aqui, das paredes das duas salas de baixo, onde existe uma mesa de pingue-pongue, à casa da banho. R. Vale Formoso, 9 > ter-qui 17h-24h, sex e véspera de feriado 17h-3h, sáb 13h-3h, dom 13h-24h

23:30 So What

So What, em Santos

Podemos falar do “toque de Mikas”. Afinal, já foram muitos os bares e restaurantes abertos por este moçambicano, e alguns deles ficaram na história da noite de Lisboa. Alguns exemplos: Atira-te ao Rio (do lado de lá do Tejo), WIP, Bicaense, Bar das Imagens, Terraço Chão de Loureiro, Tas’Ka, Clube Ferroviário, A Tabacaria, Social B… Em muitos casos anunciou novas zonas noturnas na cidade, de ambiente tão cosmopolita como descontraído. Quando a magia se começava a perder, Mikas saltava para outro poiso… Agora, há um novo nome para acrescentar a essa longa lista: o So What, instalado no mesmo local onde durante anos funcionou o bar Porão de Santos, vizinho do Teatro A Barraca, em Santos. O So What é um clube de jazz (com concertos de terça a quinta), mas também é restaurante e torna-se facilmente num lugar de dança, sobretudo às sextas e sábados, de acordo com o balanço dos DJ. Mas, nestas noites quentes de verão, os lugares mais disputados podem mesmo ser os da esplanada, espaço de descontração no meio do bulício do bairro. Lg. Santos 1D > ter-qui 18h30-2h, sex-sáb 18h30-3h

00:00 Imprensa

Bar Imprensa

No texto que escrevemos em fevereiro de 2020, quando este bar abriu na zona do Príncipe Real, elogiávamos-lhe o ambiente perfeito para ir beber um copo. Quatro anos depois, e uma pandemia pelo meio, é bom de ver que o Imprensa manteve a boa onda. Seja pela simpatia de quem atende ao balcão, seja pela música (tanto se ouve Rita Lee como António Variações), seja pelas bebidas ou pela possibilidade de picar qualquer coisa a preços simpáticos. Na carta, há cocktails de autor que levam o nome de tipos de letra, cerveja e vinho a copo, e a oferta de petiscos cresceu além das ostras vindas, todos os dias, de um fornecedor de Setúbal. A decoração, com materiais em segunda e terceira mão, também se mantém: madeiras, chapas de zinco, folhas de livros antigos, uma máquina de escrever e uns focos de palco, de um qualquer teatro, sobre o balcão. Até às 20h, a porta e a janela estão abertas, depois fecham-se e a equipa tem o cuidado de controlar as entradas para que o bar não fique demasiado cheio. R. da Imprensa Nacional, 46 > seg-dom 16h-2h

01:00 Vago

Cantar o refrão de Girls & Boys dos Blur abriu-nos a porta do Vago. O bar que se impôs como uma das referências da noite lisboeta desta década não pede senha de entrada, esclareça-se, mas a canção da banda inglesa agradou à porteira, fazendo-nos passar à frente de quem aguardava na fila para entrar. Da rua, nada deixa adivinhar que, para lá do número 11 da Rua das Gaivotas, se serve uma carta gastronómica curta, cocktails de autor e vibram os sons da música eletrónica em DJ sets a partir das 22h. Atrás dos cortinados de veludo pesado, que ocultam a entrada, abre-se uma cave de teto abobadado, coberto de pequenos tijolos de terracota. Pavimento de betão, mesas baixas de madeira e um balcão em cimento contrastam com as linhas sinuosas de um sofá de veludo que corre o Vago de uma ponta à outra. Sim, é verdade, não é possível marcar mesa e é difícil encontrar lugar em certas noites, garante Joaquim Quadros, antiga voz da Vodafone FM e um dos sócios. R. das Gaivotas, 11A > ter-sáb 19h-2h

01:30 Damas

Damas

De portas abertas desde 2015, mais precisamente desde o dia 25 de Abril, na antiga panificadora da Caixa Económica Operária, este híbrido de bar, restaurante e sala de concertos entrou rapidamente na lista de paragens obrigatórias da noite lisboeta, desviando muitos alfacinhas (e não só) de outros bairros notívagos para a Graça. Alexandra Vidal e Clara Metais, as proprietárias do Damas, souberam apostar nas fichas certas: uma programação musical alternativa e eclética, que vai da música africana e eletrónica ao indie rock; a comida do restaurante (pratos do dia, opções vegetarianas, petiscos dos bons e cerveja a acompanhar), e a boa onda que se sente, mal se passa a porta iluminada pelo néon com o nome da casa. R. da Voz do Operário, 60 > ter-qui 12h-1h, sex-sáb 12h-4h, dom 18h-1h

02:00 Incógnito

Incógnito

Aberto desde 1988, o Incógnito é uma espécie de porto seguro e zona de conforto (mesmo que, em noites de enchente, se possa tornar mais desconfortável). Um daqueles (raros) sítios onde se vai para dançar com confiança na qualidade musical, sabendo que tanto se pode reconhecer imediatamente uma nova, ou nem por isso, canção dançável, como descobrir novas sonoridades, remisturas, músicos… Rai, o atual proprietário, e ocasional DJ de serviço, não gosta nada do velho epíteto que há uns anos ouvia aplicado ao Incógnito: “O Jamaica dos indies.” Já lá vai o tempo em que era obrigatório ouvir-se ali, noite após noite, The Cure, Joy Division ou The Smiths. Hoje, as escolhas musicais (da pop mais alternativa à eletrónica, com as muitas cambiantes que há pelo meio) variam muito de acordo com o DJ na cabina, mas é quase certo que a pista se vai encher, com vista para o gigantesco espelho que há anos se tornou uma imagem de marca desta cave acolhedora, por detrás de uma não menos icónica porta vermelha que atrai um público de várias gerações. R. Poiais de S. Bento, 37 > qui-sáb 23h-4h

02:30 Finalmente

Poucos sítios podem gabar-se de manter as portas abertas, todos os dias da semana, ao fim de 48 anos (comemorados no dia 5 de maio). No sítio de sempre, numa esquina entre o Príncipe Real e a Praça das Flores, o Finalmente é o clube gay mais antigo do País, continuando a garantir noites animadas com espetáculos diários de transformismo. Deborah Krystall, personagem de Fernando Santos (diretor artístico da casa), sobe ao palco de terça a sábado, dias em que atuam também Jenny Larrue, Lucy Jean, Irina Diamond e Peter Boy. Aos domingos, dá-se Lugar às Novas, com Samantha Rox a fazer as apresentações dos novos talentos do transformismo. Depois dos espetáculos (terminam por volta da meia-noite), arrumam-se as mesas e cadeiras e o Finalmente transforma-se em discoteca até às seis da manhã. R. da Palmeira, 38 > seg-sáb 19h-6h (espetáculo 19h-24h; discoteca 24h-6h), dom 24h-6h

03:30 Jamaica + Tokyo

Jamaica

Os mais céticos estavam de pé atrás com a mudança de poiso destas duas míticas discotecas vizinhas no Cais do Sodré, que fecharam na pandemia já com a nova localização anunciada. Voltaram a abrir a 29 de setembro de 2022, nuns antigos armazém de barcos no Cais do Gás, à beira-Tejo e a 500 metros da antiga morada. Uma vez lá, ninguém duvida de que a mudança lhes fez bem. Têm o triplo da lotação e melhores condições – de som, de luzes, de oferta, de serviço. E não falta nada do antigamente: o porteiro, os barmen, o DJ, a música, as caras de sempre. Com a vantagem de haver uma esplanada – pausa para cigarro? – onde se pode pôr a conversa em dia sem ter de estar aos berros. A porta de entrada é comum. À esquerda, fica o Tokyo (estão lá as capas de discos penduradas nas paredes), que abre mais cedo e mantém a vocação para a música ao vivo com um pequeno palco. À direita, entra-se no Jamaica, onde Bruno Dias (filho de Mário Dias, o primeiro DJ da casa) continua a passar os êxitos da pop e do rock que também põem a dançar outras gerações. Cais do Gás, 1 > Tokyo: seg-qui 22h-5h, sex-sáb 22h-6h > Jamaica: qua-sáb 24h-6h

04:00 Outra Cena

O mistério faz parte integrante da identidade deste novo local da noite lisboeta. É expressamente proibido recolher imagens do interior e, à entrada, as câmaras dos telemóveis são mesmo tapadas com autocolantes. Integrado no enorme complexo 8 Marvila, que ocupa os antigos armazéns da empresa vinícola Abel Pereira da Fonseca, o Outra Cena é um clube amplo, com várias salas, onde atuam DJ de todo o mundo, sintonizados com as várias tendências da música de dança eletrónica. No meio de uma imponente arquitetura industrial com marcas de abandono, o design de luzes e som é impressionante, esbatendo limites, revelando portas onde só parecia haver mais uma parede, convidando a dançar ou a fugir para recantos discretos. Depois de se conseguir entrar, a liberdade é a palavra de ordem. Fazendo lembrar a cultura de clubes e raves de Berlim, o Outra Cena não se parece com mais nada do que a noite de Lisboa tem hoje para oferecer. Av. Infante D. Henrique, Marvila > sex-sáb 00h-6h

05:00 Lux Frágil

Desde 1998, mais precisamente desde o penúltimo dia da Expo’98, 29 de setembro, que, em Lisboa, uma nova rotina entrou na vida dos notívagos: ver à varanda do Lux o sol nascer sobre o Tejo. Isso mantém-se (de quinta a sábado), mas muito mudou na cidade ao longo do século que, então, estava quase a começar. Mais do que uma discoteca, o Lux Frágil afirmou-se como sala de concertos, spot de design, e, sobretudo, palco para atuações de DJ de referência na cena eletrónica global, como nunca antes tinha havido em Lisboa. Hoje, a oferta dessas atuações multiplicou-se em Lisboa e no País. E o Lux, com as suas lendárias festas de aniversário, foi ganhando o estatuto de clássico – mas sempre a olhar para o futuro. Mas nem só de noites e madrugadas, na pista de baixo (onde o sol não entra) ou na sala de cima em que a manhã se vai fazendo anunciar nas grandes janelas, se faz a experiência-Lux. Este verão, mais uma vez, as portas vão abrir-se ao fim da tarde em algumas quintas-feiras para, nas sessões Superb_ALL darem acesso ao terraço, onde haverá concertos e DJ sets – há encontros marcados no último piso, ao pôr do sol, a 4 e 25 de julho, 29 de agosto e 5 de setembro. Av. Infante D. Henrique, Cais da Pedra, Armazém A > qui-sáb 23h30-8h

Lux Frágil. Foto: Hugo David

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