No novo Museu de Arte Contemporânea do Centro Cultural de Belém (MAC/CCB) já está tudo pronto para mostrar a exposição agora instalada nas salas que durante 15 anos serviram de casa ao Museu Coleção Berardo, entretanto extinto.
O MAC/CCB abre oficialmente as portas nesta sexta-feira, 27, às 21h30, dando início a um fim de semana com concertos, performances e visitas guiadas, sempre com entrada gratuita.
O museu foi construído a partir de diferentes acervos, começando pela Coleção Berardo (a mais representada) a que se juntam peças da Coleção Ellipse (do antigo Banco Privado Português, comprada pelo Estado), da Coleção de Arte Contemporânea do Estado (CACE) e da Coleção Teixeira de Freitas (do advogado luso-brasileiro Luiz Teixeira de Freitas, há décadas radicado em Portugal), cujo núcleo de desenho está também parcialmente exposto no Piso-1, na mostra que leva o nome de Ou o desenho contínuo.
A nova exposição permanente Objeto, Corpo e Espaço centra-se nas práticas artísticas a partir da década de 1960, mostrando pintura, escultura, fotografia e instalação de nomes internacionais como Christian Boltanski, Jimmie Durham, Donald Judd, Joseph Kosuth, Vito Acconci, John Baldessari, David Hammons, Adriana Varejão e Lynette Yiadom-Boakye, e de portugueses como Rui Chafes, José Pedro Croft, Ângela Ferreira, Julião Sarmento e Pedro Cabrita Reis.
Outra das exposições temporárias é de Berlinde de Bruyckere. Atravessar Uma Ponte em Chamas, concebida pela artista belga a partir da figura do anjo, apresenta escultura, desenho, colagens e uma instalação (de grande impacto) em torno de grandes temas: a morte, a dor, o sofrimento, o corpo e a memória.
O programa da festa
Quem chegar pela porta principal do MAC/CCB (para pessoas com mobilidade reduzida, existe uma entrada pelas bilheteiras do centro cultural), vai encontrar uma instalação de Rui Chafes, composta por três paralelepípedos enormes, em aço, que serão colocados de forma faseada. A escolha não foi aleatória: a peça foi concebida para a inauguração do CCB, em 1993. Há 30 anos, portanto. Lá dentro, espera-o uma Livraria Almedina e uma pequena cafetaria.
Nesta sexta, 27, o museu estará aberto entre as 21h30 e as duas da manhã, numa noite que incluirá uma performance musical de João Pimenta Gomes (sintetizador modular) e Carminho (voz), com poemas de Ana Hatherly (22h30), e um DJ set de Jonathan Uliel Saldanha (a partir das 23 e 30).
No sábado e no domingo, dias 28 e 29, entre as 10h e as 19h, está programada uma série de visitas breves de 15 minutos em torno de um artista (todas com tradução simultânea para língua gestual; duas para ambliopes e cegos, em vários horários, entre as 12h15 e as 17h15) e uma visita guiada à exposição de Berlinde de Bruyckere (sáb, 28, às 15h30).
Nos dois dias, haverá também pequenos concertos com música de Steve Reich e de John Cage, nas salas Arte Povera, Pós-Minimalismo e Conceptualismos (sáb, 28, 12h30, 15h e 17h; dom, 29, 12h30 e 15h). Cada concerto terá uma duração média de 12 a 15 minutos e contará com a atuação de músicos solistas portugueses premiados no Prémio Jovens Músicos e no Concurso de Piano de Oeiras.
As famílias poderão participar em duas atividades que vão despertar a curiosidade das crianças para a arte: Cem Pintas (2-3 anos, sáb-dom 11h) e Perdi-me. E agora? (4-6 anos, sáb-dom 15h). A participação é gratuita, mediante inscrição prévia (pelo endereço servico.educativo.museu@ccb.pt ou pelo telefone 21 361 2800, máximo 12 famílias).
MAC/CCB > Pç. do Império, Lisboa > T. 21 361 2627 > ter-dom 10h-19h (última entrada 18h30) > €5, até 6 anos grátis, desconto de 50% para crianças dos 7-18 anos, estudantes, maiores de 65 anos e visitantes com mobilidade reduzida, grátis dom até às 14h