LISBOA
1. Red Frog
À meia-luz e com muita privacidade, assim se pode definir o Red Frog, que convida a noites de conversa prolongada ao sabor de cocktails de autor. Inaugurado há cinco anos, a dois passos da Avenida da Liberdade, o bar de Emanuel Minez e Paulo Gomes – escolhido como uma das 50 melhores descobertas de 2019 na lista The World’s 50 Best – acaba de lançar a nova carta de cocktails. “Predominam os sabores intensos e diferentes, mas sempre conjugados com algo mais fácil de beber”, refere Paulo Gomes. “Trabalhamos muitos ingredientes que os chefes de cozinha utilizam apenas para decorar os pratos, como microvegetais e flores, complementados com vegetais e frutos envelhecidos segundo uma técnica complexa, uma novidade mundial na coquetelaria.” Nesta carta, contam-se 32 cocktails, seis highball (com pouco álcool) e quatro mocktails (sem álcool), inspirados em clássicos da mixologia. De todas as novidades, destaca-se o cocktail Balloons (€10,50), preparado com gin Citadelle, Chocapalha Arinto, flor de figo, ponzu e manteiga de coco, para beber sem pressa e em boa companhia. R. do Salitre, 5A, Lisboa > T. 21 583 1120 seg-qui 18h-2h, sex-sáb 18h-3h
2. Bacchanal
Há quem não resista e pare apenas para espreitar a decoração. Instalado numa antiga drogaria de 1930, depois de mais de três décadas ao abandono, o Bacchanal – nome inspirado nas celebrações romanas a Baco, deus do vinho – é um regalo para os olhos. Aberto há dois anos, bem perto da Rua Cor-de-Rosa, no Cais do Sodré, o bar pensado por Victor Cordeiro, proprietário dos restaurantes Loucos de Lisboa, manteve os armários bem como o balcão com tampo de pedra e o mosaico hidráulico no chão originais. A estes elementos Victor acrescentou peças da sua coleção pessoal, como garrafas em miniatura e isqueiros Zippo, entre outros objetos herdados da família, como o borrifador que o avô usava nas vindimas. À prova estão cerca de 80 referências de vinhos, de pequenos produtores de dez regiões vitivinícolas portuguesas, que podem ser pedidos a copo (a partir €4), à garrafa ou até para levar para casa. Mas não só. Também os runs, as vodkas, os gins, os whiskies, entre outros destilados, se fazem aqui representar. E que são fundamentais para a preparação dos cocktails. R. do Corpo Santo, 28, Lisboa > dom-qui 18h-2h, sex-sáb 18h-3h
3. AveNew Lounge Drink & Bar
Mais parece uma casa de amigos o AveNew, aberto recentemente junto à Avenida da Liberdade. Numa sala de estar à meia-luz, com cadeirões, uma mesa corrida, entre outros recantos mais intimistas, só a presença do balcão lembra que se trata, afinal, de um bar, onde os cocktails são saboreados ao som de música ao vivo, às quartas e aos sábados, pelas 20h (€6-€10). “A partir de março, vamos acrescentar também as sextas”, revela Celso Barreto, um dos quatro proprietários cariocas do AveNew. A programação inclui nomes nacionais e internacionais, sempre dentro da onda do jazz, do blues e da bossa nova. Na carta, há sugestões mais originais, como The Jazz Crusta com Macieira, sumo de toranja e absinto (€10) e os clássicos negroni e mojito. E ainda uma seleção de vinhos, espumantes, champanhes e Portos. R. Joaquim António de Aguiar, 45A, Lisboa > T. 92 617 4024 > seg-qui 18h-1h, sex 18h-2h, sáb 20h-2h
4. Mezzanine
Dentro do Bairro Alto Hotel, recentemente ampliado e renovado, há três novos bares para descobrir. Escolhemos o Mezzanine, no piso intermédio, cuja decoração faz lembrar ora o interior de um iate ora uma biblioteca. Forrado a madeira, o bar divide-se em duas salas, onde há cadeiras, sofás e mesas de diferentes materiais, mas também revistas e livros de arquitetura e de arte. Sem revelar pormenores do que aí vem, o chefe Nuno Mendes explica que o menu de comida e bebida, em vigor dentro de uma semana, vai fugir ao óbvio e que ligará receitas e produtos portugueses aos japoneses. “Sempre fui um curioso acerca da presença de Portugal no Japão, do que levámos para lá e do que trouxemos para cá, foi nessa ligação que nos baseámos.” No dia em que por lá passámos, provou-se um cocktail (ainda sem nome nem preço definidos) feito com Licor Beirão, whisky japonês, bitter de laranja, casca de laranja e um grande pedaço de gelo. “Adoro bebidas espirituosas, de boa qualidade, que sejam o mais puras possível, como esta. Combina com este bar, descontraído e de contemplação”, resume o chefe. Hotel Bairro Alto >Pç. Luís de Camões, 2, Lisboa > T. 21 340 82 88 > seg-dom 11h-23h
5. Casa Independente
São vários os motivos que nos levam a querer voltar uma e outra vez à Casa Independente. Mais do que um bar, é uma sala de espetáculos e de festas, onde se pode ouvir música e ver exposições. “É lugar eclético com diferentes dinâmicas, promovendo o encontro de vários públicos, numa lógica de integração com a comunidade local”, resumem Inês Valdez e Patrícia Craveiro Lopes, as mentoras desta casa no Largo do Intendente. A destacar as noites ou matinés Espanta BJON (más energias) em que a banda da casa, Fogo Fogo, tem vindo a tocar mensalmente, fomentando o convívio e aquilo que há de bom: música, dança, amigos, família, comida e bebida. À Casa Independente pode-se ir para beber um copo e provar um petisco (enquanto a cozinha não estiver em funcionamento, estão à prova as sugestões d’O Gambuzino, um restaurante pop-up que ali vai estar durante este mês). Lg. do Intendente Pina Manique, 4, Lisboa, > ter-qui 17h-24h, sex-sáb 17h-2h
6. Crafty Corner
Perto dos bares e das discotecas do Cais do Sodré, mas suficientemente longe da confusão, o Crafty Corner é um bom sítio para começar a noite a beber uma cerveja artesanal. Já se escreveu, nestas páginas, mas voltamos a realçar. Tudo neste bar merece ser apreciado. Primeiro, a decoração, do lustre ao chão, passando pelo bonito armário azul e pelas escadas de caracol com rendilhado de ferro, que dão acesso à mezzanine. Em seguida, as cervejas artesanais ali à prova, produzidas maioritariamente na zona da Grande Lisboa, desde o Montijo até Sintra. Para saborear as estrelas da casa, peça-se um dos tasting paddles (€10/5 cervejas, €24/12 cervejas), que ligam bem com as asas de frango (€7/12 pedaços) ou com um pastel de bacalhau (€1,50). Além da ementa, tome nota das noites temáticas, com dia fixo: as segundas são dedicadas à comédia, as terças são noites de microfone aberto, pode-se desde cantar a recitar poesia, contar uma anedota ou o que a imaginação ditar. Já às sextas, aos sábados e aos domingos é a música ao vivo que ganha protagonismo. R. Bernardino Costa, Lisboa > T. 96 993 4026 > seg-dom 16h-2h
7. Foxtrot
Ideal para beber um copo depois de um dia trabalho ou de um jantar na zona do Príncipe Real, o Foxtrot, aberto desde setembro de 1978, continua a ser um clássico que em tudo nos lembra o passado. E no bom sentido, quando se saía com amigos, sem telemóveis, e se passava horas na conversa, num recanto mais intimista, se a conversa fosse mais privada, ou junto à lareira em dias de frio. Passadas quatro décadas, estas salas à meia-luz, bem como o jardim interior, continuam a encher-se de clientes, alguns desde a inauguração, que procuram este bar com decoração Art Déco para jogar uma partida de snooker e beber um dos cocktails, como o Foxtrot (€10). “Tenho clientes que começaram a namorar aqui, casaram-se, e atualmente os filhos frequentam o Foxtrot”, conta Joaquim Gonçalves, o simpático proprietário desde 1986. Também o bife do lombo (€20,50) e os pregos (€9)continuam a saciar o apetite fora de horas. Tv. Santa Teresa, 28, Lisboa > T. 21 395 2697 > seg-qui 18h-2h, sex-sáb, vésp. fer 18h-3h, dom, fer 20h-2h
PORTO
8. Golden Oldie
Em frente ao Coreto da Cordoaria, o Golden Oldie é um bar de cocktails de onda revivalista, para um início de noite ao som de charleston, foxtrot e jazz. Cristiano Losa e Sara Ferro, os proprietários, sempre tiveram um fascínio pela década de 1920 e pelo ambiente cosmopolita que se vivia em Paris. Dos cocktails, cada um precedido por um pequeno conto, à decoração em tons dourados, sem esquecer a roupa de época, que ambos vestem, tudo foi pensado ao pormenor pelo casal. Embora seja pequeno (32 lugares sentados no interior e 16 na esplanada), todo o serviço é à mesa. Os cocktails (€6 a €12), feitos por Cristiano com ingredientes fora do comum, levam nomes como Sonho (Froggy B, lavanda em manteiga de amendoim, café e banana), Ousadia (Pierre Ferrand 10th Generations, Porto Tawny, alperce, ovo e perfume de crème brulée), Encantamento (Ocho blanco, licor de laranja e hibiscos, agave, perfume de champanhe e rosas) e Fantasia (Teeling small batch, black bull, açafrão e cravinho). O bar tem ainda uma boa oferta de vinho, cerveja, bebidas brancas, como o gin Citadelle e o rum Plantation, e champanhe Tsarine. R. Campo Mártires da Pátria, 46, Porto > T. 22 111 3595 > ter-dom 18h-2h
9. Capela Incomum
Crente ou não crente, ninguém passa ao lado desta capela do século XIX, com altar, transformada em wine bar. E se nos dias frios, as três salas, de paredes vermelhas e luz suave, é onde apetece estar, com a chegada da primavera, e das noites amenas, a esplanada, sob o grande plátano, é a primeira a ser ocupada. O Capela Incomum continua a ser uma alternativa para estar à conversa entre amigos, ao sabor de um copo de vinho (€3-€5) e embalado pelo ritmo do blues, do jazz, da morna e da salsa. “Somos uma espécie de bolha, um recanto tranquilo, no centro da cidade”, sublinha o barman Diogo Lobo. O monopólio é do vinho, com cerca de 100 referências, entre brancos, tintos e rosés, de pequenos produtores, de todas as regiões do continente, mas há também whisky, sangria e cerveja artesanal Loba (€3) e Colossus (€3,50). Tv. do Carregal, 77-81, Porto > T. 22 201 1849 > seg-qua 16h-24h, qui-sab 16h-2h
10. Bonaparte Downtown
Com mais de 100 referências de cerveja, a maioria de origem belga e alemã e produções artesanais portuguesas (desde €4,50), não admira ser esta a bebida mais pedida no Bonaparte Downtown. “É a melhor companhia”, diz o barman Hugo Loureiro, “para seguir os jogos de futebol e de râguebi, uma tendência recente no bar, que garante lotação esgotada”. Mesmo em dias mais calmos, como os de início da semana, o burburinho é uma constante. Mais tranquila é a sala do primeiro andar, onde não há televisão. Tem apenas 12 mesas e, na lista, cocktails (desde €6) e destilados (desde €5), servidos a partir das 21 horas. Por estes dias, e enquanto estiver frio, serve-se glühwien, o vinho quente alemão, em canecas de barro (€3,50). Para aconchegar o estômago, além de petiscos, sugere-se o incontornável preguinho de lombo Bonaparte (€8). A iluminação suave, as boxes de madeira e as muitas antiguidades usadas na decoração mantêm viva a alma de pub inglês, para um brinde à tertúlia e à boa disposição. Pç. Guilherme Gomes Fernandes, 40, Porto > T. 22 096 2852 21 > seg 17h-2h, ter-qui e dom 12h-2h, sex-sáb 12h-3h
11. Drogaria Bar
As bebidas, a banda sonora, os bancos altos e os sofás mudaram a identidade da antiga drogaria de bairro, sem beliscarem, no entanto, a estrutura original do lugar. A dois passos do Coliseu do Porto, o Drogaria Bar, de Maria Marcelino e Paulo Vieira, amigos de longa data, aposta tudo nas bebidas portuguesas. Além da lista generosa de vinhos, de pequenos produtores (a copo, a partir de €2,50), há cerveja artesanal à pressão da Onyx, da Loba e da Topázio (desde €1,80), e cocktails, criados pelo barman José Monteiro, com gin e vodka do Alentejo, rum da Madeira ou espumante da Bairrada. Recentemente, entraram em cena o Brandy Sour, feito com aguardente de maçã, licor de Singeverga de laranja e xarope de pepino (€8), e o Mula Portuguesa, um cocktail aromático que leva vodka, xarope de gengibre, lima e gasosa (€7). Em vez de refrigerantes, servem refrescos naturais, como a gengibrada, e, para picar, há tábuas de queijos, enchidos e mista. R. de Santo Ildefonso, 220, Porto > T. 22 094 7758 > ter-qui 18h-24h, sex-sáb 18h-2h
12. The Royal Cocktail Club
Fica num edifício centenário, bem no centro da movida da Baixa, este clube dedicado em exclusivo aos cocktails, clássicos e de autor, idealizados e preparados por quatro bartenders com experiência na matéria: José Mendes, João Costa, Tatiana Cardoso e Nélson de Matos (Melhor Bartender na World Class Iberia 2018). Seguindo as tendências da coquetelaria atual, as bebidas, inspiradas numa história, privilegiam os aromas e a apresentação minimalista. A carta apresenta 15 cocktails. Entre os mais pedidos está o Venus, feito com uma base de gin e vinho do Porto branco, rosas, mirtilos, sumo de limão e notas de artemísia, logo seguido do E.L.S.A (Experience Liquid Sensational Affair), com uma base de rum e perfumado com hibisco e violetas, que lhe conferem um toque floral. Dividido em dois andares, em tons de castanho e bronze, o bar aceita reserva de mesa. R. da Fábrica, 105, Porto > T. 22 205 9123 seg-qui, dom 19h-2h, sex-sáb, feriados 19h-4h
13. Ferro Bar
A decoração de estilo industrial marca a identidade do Ferro Bar, dentro da Casa Vicent. Descontraído, o bar é um dos mais concorridos da Baixa não só pelo terraço com vista panorâmica sobre a Estação de São Bento mas também pela música ao vivo e, claro, pelos cocktails de autor, imaginados por Lia Igreja. É no balcão que os clientes podem ver a bartender envolvida na preparação das bebidas. Além de interpretações de clássicos, como o Moscow Mule e o Whisky Sour, Lia propõe três novos cocktails (€8,50): o Black Irish (Jameson Stout, Amaro Ramazzotti, xarope de Guinness e especiarias), o Adelita (Almeca Silver, infusão de chá, Ancho Reyes, Cointreau, lima, agave e fumo de chá), e o Sassy Clementine (William Hinton, xarope de clementina, malagueta, canela e aguardente de cana) de inspiração tropical e finalizado com fogo. R. 31 de Janeiro, 147 / R. da Madeira, 84, Porto > seg-dom 12h-2h (a entrada pela R. 31 de Janeiro encerra às 20h)
14. PDT Speakeasy
Quem procura um bar no centro do Porto, fora do circuito mais movimentado, tem no PDT Speakeasy uma alternativa. Fica no número 70 da Rua Mouzinho da Silveira, a dois passos do Mercado Ferreira Borges, mas não basta aparecer. Para entrar é preciso telefonar, tanto mais que não há campainha. O vinho é o protagonista da carta (a partir de €5/copo, €16/garrafa), em que constam também a cerveja artesanal, o champanhe e alguns petiscos. As fotografias no interior estão proibidas, garantindo-se assim o secretismo do lugar, e ninguém sai pela porta por onde entrou. Para tal, é preciso descer as escadas até ao piso subterrâneo e encontrar uma cortina vermelha. E mais não dizemos. R. Mouzinho da Silveira, 70, Porto > T. 93 820 8158 > seg-qui 18h-24h, sáb-dom 18h-2h