Dizem-nos que há festa em Castelo Mendo e apressamo-nos a ir conhecer esta aldeia histórica do concelho de Almeida. Ainda estamos embevecidos com um dos maiores pelourinhos da Beira, que sobe até aos sete metros, quando ouvimos uma buzina insistente. Acordamos daquela viagem no tempo, que já nos tinha feito recuar até ao século XVI, para descobrir que o padeiro acaba de chegar ao largo da praça. Nada que faça estremecer os cerca de 50 habitantes, que preferem continuar dentro das suas casas ou a trabalhar.
Para visitar o resto da aldeia, longe dos dias de festa, há que pedir ajuda no posto de turismo. O passeio será mais agradável se nos abrirem as portas da igreja da Misericórdia, para que nos espantemos com as placas de madeira que tapam as sepulturas no chão. E depois, reparamos no Mendo, uma gárgula em pedra que está na parede do Museu do Campo e dos Sentidos, fechado neste momento. Do outro lado da rua, vê-se a Menda, em muito pior estado de conservação, mas com as feições ainda percetíveis. É ela que dá nome à festa que decorrerá nos dias 14 e 15 de setembro – Os Romances de Menda -, embora ninguém saiba de onde vem o par de gárgulas.
Esta é a oitava festa do ciclo 12 em Rede, Aldeias em Festa, que garante animação durante todo o ano nestas terras históricas, que muitas vezes sentem falta de pessoas e de agitação. Mesmo no meio de um programa que se anuncia repleto de música, gastronomia, recriações ao vivo e oficinas, há que chegar ao que antes fora o castelo e às ruínas da Igreja de Santa Maria do Castelo, construída no século XIII, para constatar como ainda estão em muito bom estado.
No barroco dos desejos, uma grande pedra concava que se avista do alto do castelo, quiçá poderemos encontrar alguém a atirar uma pedrinha na ânsia de concretizar o pedido antes de acertarem no alvo. Uma festa animada, não seria pedir muito…
Os Romances de Menda > Castelo Mendo, Almeida > 14-15 set, sex-sáb > grátis