Quem chegasse a este disco sem nada saber sobre a voz que aqui ouve, dificilmente o encaixaria imediatamente no universo do jazz, género a que ainda, e sempre, associamos o nome de Maria João. Já é o terceiro capítulo da aventura musical com os Ogre (com a marca de João Farinha e André Nascimento).
Este novo disco é aquele em que mais se afirma a componente eletrónica do projeto, que tanto pode remeter para o lado mais experimental da pop como até para o hip-hop mais criativo.
Maria João está igual a si própria: sem limites, esfuziante ou contida, em várias línguas e registos, revelando, sem exibicionismos, a incrível plasticidade da sua voz. Uma voz que, aqui, parece feliz, entusiasmada e juvenil. As lutas individuais e coletivas são um tema que percorre este Open Your Mouth. Jazz, sim, se por jazz entendermos a mais livre e imprevisível das aventuras musicais.