O encanto juvenil e as piadas estão intactos, mas os leitores adultos vão desfrutar mais deste Um Cowboy em Paris (Asa, 48 págs., €10,90), cheio de referências reconhecíveis. Aparecem Ema Bovary, Victor Hugo, Verlaine e Rimbaud, há alusões aos atentados em Nova Iorque e ao Charlie Hedbo (numa cena junto à Sorbonne, passeia Philippe Druillet, cofundador do jornal satírico), ecos de Hitchcock e de James Bond, greves laborais.
Uma história verdadeira cria o fio narrativo: a oferta francesa da Estátua da Liberdade aos EUA. E Lucky Luke tem de protegê-la, e ao escultor Bartholdi, de um diretor de prisão com obsessões securitárias, que exige revistas rigorosas (tipo aeroporto), tem um periquito chamado Papillon e preconiza um muro com o México. Mais uma réussite do cowboy solitário.