O título não engana, esta é uma biografia hagiográfica, elegantemente escrita mas assente no fascínio. Amigo do realizador há 20 anos, produtor do seu filme Vicky, Cristina, Barcelona, Grueso declina indiscrições ou quebras de endeusamento em Woody Allen (Objetiva, 208 págs., €17,70). Polémicas? Lê-se que Woody, aos 20 anos e no pós-guerra dos anos 50, ganhava 40 vezes mais do que o salário médio de um trabalhador. Sobre Mia Farrow, ex-companheira que acusou Allen de abusos sexuais sobre os filhos, há uma linha: “[Uma relação] que lhe causou uma dor profunda e extremamente injusta.” Dividido em 12 temas (stand up comedy, psicanálise, jazz…), o livro percorre carreira, citações, umas histórias de celebridades (Susan Sontag, Pavarotti, Norman Mailer…), gostos (um livro favorito é Memórias de Brás Cubas, de Machado de Assis), pontuados por “revelações”: o passeio ao bairro de infância onde existiam “25 cinemas”, uma carta de Groucho Marx, a nota de que Woody adora chuva e teme túneis… Um tributo lido com prazer.
‘Woody Allen – O Último Génio’, uma biografia hagiográfica
© Regis Duvignau / Reuters
Natalio Grueso, amigo de Woody Allen há 20 anos, escreveu um livro que percorre a carreira, histórias e gostos do realizador. Um tributo que se lê com prazer
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