A sustentabilidade não é um tema novo para Tatiana Terreiro, no entanto, a questão da moda tinha ficado um pouco para trás. “Estava mais desperta para outras áreas, embora a indústria da moda seja uma das mais poluentes”, assume esta portuguesa de 36 anos, a viver há um ano e meio na Suíça, onde criou, em plena pandemia, a Slowing Ethical Closet. “Queria que fosse um projeto genuinamente sustentável, que fizesse parte da solução e da criação de novos hábitos de consumo e, ao mesmo tempo, uma marca divertida”, conta à VISÃO, pelo telefone. Aliás, tem sido à distância que Tatiana tem contactado com fornecedores e pequenas empresas familiares que asseguram, a partir da Índia, todo o processo de fabrico, estampagem e tingimento natural das peças, “pequenas dificuldades ultrapassadas tão organicamente como a natureza da marca”.
A primeira coleção é composta por camisas (variam os colarinhos) e quimonos (em versão curta ou comprida), de estilo descontraído e que vestem tanto mulheres como homens. Confecionados com tecidos certificados e naturais, como as fibras de aloé vera, pétalas de rosa, cânhamo, banana ou bambu, todos com estruturas e toques diferentes, são estampados segundo várias técnicas manuais, como a block printing (feita com um desenho esculpido num bloco de madeira) ou a color brush, “que cria um efeito de risca muito interessante”, diz Tatiana.
Os restos de tecidos são transformados em papel, utilizado nas instruções de lavagem e nas embalagens. Já as etiquetas contêm sementes e podem ser plantadas. A marca, lançada a 10 de junho, e por agora apenas online, segue o princípio do comércio justo e da moda sustentável. Há apenas 30 peças de cada padrão, 20 versões de camisas e seis de quimonos, número suficiente para cumprir um dos objetivos de Tatiana: “criar o maior número possível de guarda-roupas ecológicos”.
Slowing Ethical Closet > slowing.shop
Fibras naturais: Outras marcas portuguesas sustentáveis
Dream Catchers
Os conjuntos de calção e camisa estampados em fibra de lótus ou o blazer de fibra de casca de laranja, um dos materiais preferidos de Maria Ochoa Pires, são algumas das novidades de verão da Dream Catchers, marca portuguesa sustentável fundada em 2012 e inspirada nos tecidos, cores e tradições da Índia. As peças têm padrões originais e são feitas de tecidos naturais e orgânicos, tingidas e estampadas segundo técnicas indianas. O vestido Malai também se destaca pelo trabalho minucioso de tingimento segundo a técnica ikat e é feito fio a fio, antes de ir para o tear manual. Lx Factory > R. Rodrigues Faria, 013, G6, Lisboa > T. 91 784 6086 > seg-dom 12h-19h
Otherwise
As camisas da Otherwise são pensadas para homens e mulheres que gostam de peças únicas, originais e amigas do ambiente. Com padrões exclusivos e coloridos, as camisas desta marca portuguesa são feitas em edições limitadas de 30 unidades, com corte manual, estampagem block print (feita com um desenho esculpido num bloco de madeira), tecidos como o algodão orgânico, fibra de bananeira ou modal e botões de casca de coco. À loja, em Campo de Ourique, chegam novidades já nesta semana. Mercado de Campo de Ourique > R. Coelho da Rocha, 104, Lisboa > T. 91 779 5097 > seg-sex 12h-20h, sáb-dom 11h-19h