“A Bisarro não é só um estúdio de design”, gostam de lembrar Renato Rio Costa e os irmãos Daniel e Micael Bacelar Pereira, responsáveis pela marca nascida, há pouco mais de dois anos, em Vila Real, e da qual saem peças de cerâmica feitas de barro preto. A Bisarro, continuam os três designers, “é uma ideologia, uma forma de representar e de dar a conhecer ao mundo os valores daquilo que é feito no Interior de Portugal”.
Renato, Daniel e Micael cresceram a ouvir falar da olaria negra, arte que remonta ao século XVI e que foi sustento de dezenas de oleiros na aldeia de Bisalhães, próxima de Mondrões, Vila Real. Desde 2016, é Património Cultural Imaterial da UNESCO. “Qualquer família transmontana tinha uma peça em casa, era nela que se cozinhava o cabrito ao domingo”, lembra Renato, formado em Design Industrial e um dos primeiros a perceber a urgência em criar uma marca de cerâmica que juntasse o tradicional e o moderno, preservando “uma arte em vias de extinção”.
A Bisarro (palavra que junta Bisalhães e barro) é composta por nove peças (de decoração e utilitárias) que, depois de moldadas à mão por dois oleiros, são cozidas num forno escavado no chão (que lhes dará a cor negra), aquecido com carqueja e giesta de Trás-os-Montes. Para que determinadas palavras não caiam no esquecimento, todas elas levam o nome de expressões transmontanas: Cunca (taça, €34), Cibo (conjunto de três taças, com base de madeira, €78), Alguidar (vaso, a partir €38), Batoque (taça, €55), Cântaro (jarro, €95) e Levanto (centro de mesa, €110), estas últimas duas lançadas há dias.
Cada peça é única e não há duas iguais: “O processo de cozedura não deixa que fiquem uniformes”, nota Renato Rio Costa. Afinal, a Bisarro é isso mesmo: o design aliado às tradições manuais.
Em fevereiro, a Bisarro participa, pela segunda vez, na Ambiente, a maior feira internacional de decoração de interiores em Frankfurt, na Alemanha, na qual foi premiada, em 2017, na categoria de novos talentos.
Bisarro Ceramics > À venda em www.bisarro.pt