Aberto há quase meio século, o Mercantel reabriu renovado no verão passado, com nova arquitetura interior – mesas corridas, cozinha aberta para a sala e até, imagine-se, para a casa de banho – e uma carta que aposta numa cozinha contemporânea, a convidar à partilha.
O desafio foi lançado a Cristiano Barata, de 39 anos, um engenheiro de materiais que se apaixonou pela cozinha, nascido em Bragança, mas que passou a maior parte da vida em Aveiro. Depois de um curso na escola de culinária londrina Le Cordon Bleu e de passagens pelos restaurantes Taberna do Mercado (Londres), Prado (Lisboa) e Musa das Virtudes (Porto), regressou à cidade para mudar o Mercantel, “uma casa tradicional”, sublinha Pedro Lourenço, um dos novos proprietários.
Cristiano vai alterando a ementa ao sabor da sazonalidade e apostando nos produtos da região. Na semana em que visitámos o restaurante, a carta apresentava ouriço-do-mar de Peniche, carabineiro e balchão (€7), gamba-rosa do Algarve (€10,50) e crudo de corvina maturada (“o peixe vem da D. Rosa, peixeira da Vagueira”, realça), com uva tinta e fermentada (€11,50).
Mas há pratos que se mantêm e que já integram a lista dos mais pedidos, como os joaquinzinhos (€6,50), as pataniscas de caras de bacalhau (€10,50), as enguias fritas da Murtosa com molho de caldeirada (€17,50), a presa de porco-ibérico (€19,50) ou os arrozes de produção artesanal da BioRia, de Estarreja, em três versões: algas e bacalhau; forno ou marisco (€47,50-€60).
“Fazemos quase tudo nesta cozinha, desde os pickles aos fermentados. A única coisa que não fazemos é o pão de fermentação artesanal, que vem da Azeda, em São João da Madeira”, diz o chefe de cozinha. Para sobremesa, sugere uma saborosa reinterpretação do pão de ló de Ovar, servido à fatia (€6), com azeite e flor de sal das marinhas de Aveiro, pois.
Além de restaurante, o Mercantel tem um bar com vinho a copo e cocktails de autor.
Mercantel > Cais dos Mercantéis, 13, Aveiro > T. 96 967 3984 > qua-sáb 11h30-02h, dom 11h30-16h