Está a tornar-se difícil acompanhar o rol de novidades gastronómicas da zona São Paulo-Boavista-Poço dos Negros, cujo denominador comum é a experimentação descomprometida, com alguma movida à mistura.
O termo cunhado é o de gastro-bar, um sítio onde a comida (em doses pequenas) puxa a bebida – e vice-versa. A nova era do Cavalariça em Lisboa (restaurante da Comporta que galopou até à capital e está também em Évora) nasce de uma vontade de instaurar “uma fórmula que alinhasse mais com o espírito dos restaurantes e bares desta zona”, explica Marcelo Oliveira, o chefe brasileiro de 30 anos que está à frente do novo CAV 86. Mas não o fez sozinho.
Para a criação da ementa contou com as mentes (brilhantes) de Bruno Caseiro, chefe dos dois Cavalariça, e do francês Bruno Contreras, com um currículo de fine dining internacional e sócio da empresa Harvest Cotton Tale, que acaba de se juntar ao negócio do restaurante lisboeta. “O menu é uma soma de todos: das influências portuguesas de um Bruno, das francesas do outro e das minhas brasileiras”, resume Marcelo.
Sempre assente na ideia de pratos para partilhar, confecionados com bons ingredientes nacionais, de pequenos produtores, muitos deles orgânicos. A decoração também mudou radicalmente, para um conjunto de painéis em tom amarelo e luzes baixas.
Na hora de escolher, Marcelo avisa que a média de dosagens anda entre os quatro ou cinco petiscos para cada duas pessoas.
O restaurante reabriu no dia 1 de junho, mas a carta já conheceu algumas alterações, fruto da sazonalidade e das afinações dos primeiros dias. Ainda assim, conta o cozinheiro, já é possível perceber que há alguns favoritos: o pão de queijo e costela de vaca com molho de francesinha (€6), a costela mendinha de vaca fumada com chimichurri (€19,50), o coração de burrata, funcho, pistácios e pickle de morango verde (€9) e o camarão na brasa, Bloody Mary e óleo de camarão picante (€11,50).
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Os vinhos são sobretudo naturais e/ou de baixa intervenção, apresentados num cartaz logo à entrada, ao qual se juntam algumas sugestões da semana. “Este é um sítio para conversar, ouvir boa música, beber vinhos naturais e, claro, comer bem”, resume Marcelo.
As portas do número 86 da Rua da Boavista abrem-se às 17h, para quem quer passar só a beber um copo e picar qualquer coisa. Há, aliás, uma “hora da ostra”, desde a abertura até às 19h, com duas ostras e um copo de vinho a valerem 10 euros. Fica a dica.
CAV 86 > R. da Boavista, 86, Lisboa > T. 21 346 0629 > ter-sáb 17h-22h30