Dir-se-ia bem localizado, diante da escadaria principal da Assembleia da República, não fosse o problema do estacionamento que, na prática, só se resolve com recurso aos parques pagos das redondezas e obriga a caminhar a pé durante alguns minutos para chegar ao restaurante. Mas é bonito aquele lugar, tal como as instalações do restaurante, que tem um mini pátio exterior com 25 lugares na esplanada e dois espaços interiores interligados, com as mesas à distância conveniente para garantir a desejada privacidade. Sobre as mesas, apenas toalhetes, os quais também servem de ementa. Está lá tudo. Mais complexa é a carta de vinhos, que se estende pelas prateleiras em redor, onde estão as garrafas, cada qual com a sua identificação e o seu preço. A decoração é sóbria, leve, de bom gosto.
Apesar de extensa, a carta não é muito diversificada, notando-se por um lado, a preponderância das entradas e, por outro, a ausência de pratos de peixe. Tem 11 antipasti, ou entradas propriamente ditas, incluindo 4 excelentes bruschetta (pão torrado com diferentes coberturas) e as inevitáveis seleções de enchidos e de queijos; 8 primo piatto, capítulo dedicado às massas, que estão sempre a mudar (tortelloni, ravioli, buscatini, spaghetti, fettucine, gnocchi, etc.); 2 risotti (um com peras e nozes, outro com cogumelos porcini); 4 secondi piatti, onde só entram carnes; 5 contorni, ou acompanhamentos; e 5 dolci, ou sobremesas. Do que se comeu só há que dizer bem, tanto pela qualidade dos produtos como pelo rigor da culinária, patentes nas massas frescas, cozinhadas com perfeição (ou seja, al dente), tal como nos molhos que as acompanham. São tão apreciadas que fazem o papel de prato principal, sobretudo as excelentes spaghetti alla carbonara (com bochecha de porco, ovos e queijo de ovelha) e ravioli ricotta e spinaci (com queijo ricotta, que é do tipo requeijão, espinafres e molho de tomate). Os quatro secondi piatti são de carne, simples, saborosos, como a cotoletta alla milanese com patate al forno, bife de porco panado tenro e saboroso com batatas bem temperadas e cozinhadas. Cremosos e suaves, os risotos justificam a fama desta iguaria italiana em todo o mundo. Doçaria escassa, mas boa. Garrafeira interessante com predomínio dos vinhos de gama média e preços ligeiramente acima dela. Serviço impecável, ou não fossem os italianos mestres nas artes da sedução.
Il Matriciano > R. de São Bento, 107, Lisboa > T. 21 395 2639 > seg-sáb 12h-15h, 19h-24h > €30 (preço médio)