Há festivais que exibem filmes e há festivais que montam um palco para a cidade inteira. O LEFFEST 2025 é do segundo tipo. Entre 7 e 16 de novembro, Lisboa (e um raio de ação que chega à Amadora) vira-se do avesso para acomodar uma maratona de cinema à séria, mas também um desfile de homenagens, masterclasses, concertos, ciclos temáticos, debates e encontros que, com sorte, nos devolvem a rara sensação de que a cultura ainda organiza o mundo melhor do que as sondagens do dia seguinte.
A abertura é com pompa: Father Mother Sister Brother, de Jim Jarmusch, Leão de Ouro em Veneza, um daqueles títulos que nos obrigam a chegar a horas, porque o atraso social pode ser tolerável, mas chegar depois do primeiro plano de Jarmusch é pecado capital. E sim, Charlotte Rampling e Cate Blanchett brilham – notícia que não surpreende ninguém, apenas confirma que há vidas inteiras que se resolvem melhor em contraluz.