A Tomelo, empresa transmontana que pôs as portuguesas a sentirem-se verdadeiras Cleópatras, usando leite de burra nos seus tratamentos de beleza, decidiu juntar ao leite da única raça asinina classificada a nível nacional outro produto do planalto mirandês: a lã virgem de raças autóctones de ovelhas.
Surge assim um sabonete esfoliante, para já com duas fragrâncias (lírio do vale e lavanda) e com toda uma filosofia por detrás. A novidade resulta de uma parceria entre a Tomelo e o projeto Lhana (lã, em mirandês), de Isabel Sá e Suzana Ruano.
As duas empreendedoras pretendem, acima de tudo, dar utilidade à lã das ovelhas transmontanas, criar emprego e impulsionar ofícios em desuso, como a fiação manual e a tecelagem. Isso mesmo se explica no pequeno desdobrável que acompanha o sabonete, vendido num saquinho de algodão cru.
O processo, até que a lã esteja pronta a envolver o sabonete (livre de sementes, pequenas ervas e cheiro), é moroso e inteiramente manual. Passa por tosquiar as ovelhas, lavar e selecionar a lã, cardá-la e, finalmente, fiá-la.
Uma curiosidade é que o sabonete, assim envolvido, tem uma duração duas a três vezes superior ao habitual. Quanto à textura, é um pouco áspera inicialmente, mas “depois de estar bem humedecida, a suavidade da lã virgem, isenta de qualquer químico, é realçada”, garante José Jambas, da Tomelo.
TOMELO
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