Estamos no verão, altura em que vamos para a praia, para a piscina, fazemos caminhadas, brincamos ao ar livre, refeições fora de portas. Comum a todas estas atividades está a exposição solar.
“Nesta altura devemos redobrar os cuidados com a pele, sobretudo agora que estivemos muito tempo confinados e a nossa pele não esteve exposta ao sol”, explica Susana Vilaça, coordenadora das Unidade de Dermatologia do Hospital Lusíadas Porto. Até porque, acrescenta, “na primavera costumamos ter um tempo de habituação ao sol, mas este ano não tivemos esse tempo. A pele está virgem de sol e os efeitos nocivos podem ser muito graves”.
A pele exige cuidados. A hidratação é um deles, “tomar banhos rápidos, com água tépida, e colocar creme”, mas no verão, e porque estamos sujeitos “a uma grande quantidade de raios”, nota a dermatologista, “devemos estar protegidos com protetor solar, chapéu e óculos de sol”.
O protetor solar é um grande aliado. “Não podemos queimar, de todo, a pele. Devemos ter protetor solar sempre na carteira.” E com fator de proteção alto. “Nunca deve ser inferior a 30, no entanto, no início do verão deve colocar-se o fator 50+”, aconselha. Não esquecer que o protetor solar não fica na pele o dia inteiro, “é preciso repor uma ou duas horas depois”.
A evitar, já se sabe, são as horas de maior calor ou radiação – nos dias nublados a radiação também atinge a pele nos “mesmo os 50+ não nos protegem nessas horas, nessa altura não devemos estar, de todo, expostos ao sol.
Susana Vilaça alerta que “quando somos jovens a pele renova-se, mas a pele tem memória”. Ou seja, uns anos mais tarde, a exposição solar em excesso vai provocar “efeitos colaterais, como ter a pele mais ressequida, rugas, manchas que já não são reparáveis, já para não falar no risco de cancro de pele”.
A hidratação não passa apenas por banhos tépidos e creme, para ter uma pele saudável há que “beber muita água, comer fruta e legumes”.
Quanto aos sinais que temos, a especialista diz que é “importante as pessoas terem noção do seu próprio corpo e saberem onde estão localizados”. Desta forma, é mais fácil ir ao dermatologista e explicar que determinado “sinal não era assim”, que “agora está maior ou com uma coloração diferente”.
Um sinal, explica, deve ser “redondo, de uma só cor [castanho] e com bordos muito bem delimitados. Tudo o que seja irregular, assimétrico, com várias cores ou com crescimento em pouco espaço de tempo deve ser avaliado por um dermatologista”.
VISÃO SAÚDE // EP41 Susana Vilaça
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