Muitas marcas de beleza anunciam o ácido hialurónico como um dos ingredientes-chave dos produtos anti-envelhecimento, por ser, supostamente, capaz de suavizar as rugas, manter a hidratação e aumentar a elasticidade da pele. Mas, agora, um estudo de uma equipa de investigadores da Universidade da Califórnia, EUA, conclui que as suas propriedades de super-hidratante podem estar a ser amplamente exageradas.
Os cientistas quiseram avaliar se a alegação de que esta substância funciona como uma esponja que retém na pele até mil vezes o seu peso em água é correta.
Scott Borchers e Michael Purring mediram as propriedades da ligação molecular numa proporção de 1g de ácido hialurónico para 1000g de água e concluíram que este ingrediente, afinal, tem uma capacidade de reter a hidratação inferior ao o esperado.
“Não foram encontradas evidências de nenhuma capacidade especial do ácido hialurónico ligar-se à água no nível reivindicado de mil vezes o seu peso”, relatam os investigadores, que acreditam que uma “má interpretação de estudos anteriores” pode estar na origem da falácia que promove o ácido hialurónico como um “super-ingrediente” nos produtos de beleza. Na verdade, estudos anteriores já tinham relatado que esta substância não retém mil vezes o seu peso em água, mas sim 20 a 30 vezes o seu peso.
O ácido hialurónico é encontrado naturalmente no organismo humano, mas a sua produção diminui com o avançar da idade. Este composto ajuda a reter a água no corpo, mantém a elasticidade da pele, lubrifica as articulações, auxilia na cicatrização e controla inflamações.