Um novo estudo, realizado por investigadores da Universidade de Melbourne, em Melbourne, na Austrália, concluiu que quase não existem diferenças entre o desejo sexual dos homens e das mulheres, ao contrário do que, até agora, foi descrito em variadas investigações, que referiam que o desejo sexual feminino era mais imprevisível e flutuante do que o dos homens, no geral.
“Não encontrámos evidências de que o desejo das mulheres fosse mais variável do que o dos homens a curto prazo”, revelaram os investigadores, num relatório sobre o estudo, acrescentando que perceberam que “o desejo sexual flutuou ao longo da semana” (tempo em que decorreu o estudo), mas que isso aconteceu tanto nos homens como nas mulheres que participaram na investigação.
Em alguns estudos, especialistas explicaram que os homens têm um impulso sexual maior devido ao desejo biológico e evolutivo de reproduzir e transmitir os seus genes.
A sexóloga Ana Alexandra Carvalheira também escreveu, num artigo para a VISÃO, que “a perda do desejo sexual é a queixa mais comum no universo feminino” e que mantê-lo “é o maior desafio da sexualidade das mulheres”, principalmente em relações longas.
“Estudos científicos com grandes amostras (heterossexuais) e metodologias adequadas já mostraram que o desejo das mulheres vai diminuindo à medida que aumenta a duração da relação, ou seja, quanto mais anos, menos desejo. Por conseguinte, o casamento, a coabitação e a conjugalidade estão paradoxalmente contraindicados para o desejo sexual feminino. Para o masculino não é tanto assim, porque este é mais robusto”, acrescentou a especialista.
Na nova investigação, em que foram realizados três estudos com mais de 16 mil pessoas no sentido de analisar como o desejo sexual variava entre os dois sexos, os resultados revelaram que, afinal, o desejo sexual masculino depende das flutuações de humor, dos níveis de stress e do cansaço, tal como acontece com as mulheres, que, de acordo com o estudo, não têm tantas flutuações como se pensava.
A investigação, publicada na revista científica Archives of Sexual Behaviour, focou-se, num dos pontos, na realização de inquéritos online ao longo de uma semana, com perguntas aos participantes como “Quando tem pensamentos sexuais, quão forte é o seu desejo de se envolver num comportamento sexual com o parceiro?” e “Qual é o seu nível de desejo sexual pelo seu parceiro, neste momento?”.
Estas questões foram repetidas várias vezes durante a semana para que os investigadores pudessem avaliar as mudanças no nível de desejo sexual e os resultados revelaram que não existiram “diferenças significativas” nos padrões de desejo sexual entre sexos. Os investigadores referiram ainda que o desejo sexual dos homens foi afetado da mesma maneira pelo stress relativamente ao das mulheres.