Identificar sintomas de cancro anos antes do diagnóstico pode ser fundamental para um tratamento mais eficaz e antecipado. Um grupo de investigadores da Escola de Medicina da Universidade de Washington em St. Louis identificou quatro sinais e sintomas importantes que sinalizam o cancro de intestino dois anos antes do diagnóstico.
“Estas bandeiras vermelhas podem ser a chave para a deteção e diagnóstico do cancro de intestino de início precoce entre os adultos mais jovens”, lê-se num comunicado da universidade. “O número de adultos jovens com cancro de intestino quase duplicou nos últimos anos”. Os diagnósticos de cancro precoce são os que dizem respeito a doentes com menos de 50 anos.
O estudo, publicado no Journal of the National Cancer Institute, analisou os dados de mais de 5 mil pacientes com cancro de intestino de início precoce. Desta forma foi possível identificar os sintomas que surgem entre três meses e dois anos antes do diagnósticos: a dor abdominal, sangramento retal, diarreia e anemia.
Além disso, os investigadores determinaram que ter apenas um dos sintomas quase duplicou o risco de cancro, enquanto aqueles que tinham dois sintomas tinham um risco de mais de três vezes e meia superior. Os que apresentavam três ou mais sintomas tinham mais de seis vezes e meia de hipóteses de serem diagnosticados mais tarde.
“O cancro de intestino não é simplesmente uma doença que afeta os idosos; queremos que os adultos mais jovens estejam cientes e atuem sobre estes sinais e sintomas potencialmente muito reveladores”, disse o investigador Yin Cao, professor de cirurgia na Divisão de Ciências de Saúde Pública na Universidade de Washington. O especialista refere que é importante que as pessoas com menos de 50 anos estejam atentas porque não são efetuados exames de rotina do cancro de intestino nessa idade.
Os investigadores utilizaram uma ferramenta que fornece informações longitudinais e não identificadas de cerca de 113 milhões de adultos segurados com idades entre 18 e 64 anos.
“Geralmente, são precisos cerca de três meses para obter um diagnóstico a partir do momento em que uma pessoa vai ao médico pela primeira vez com um ou mais dos sinais e sintomas de alerta que identificámos”, analisou a primeira autora do estudo, Cassandra Fritz, professora de medicina na Divisão de Gastroenterologia.
“Mas, nesta análise, descobrimos que alguns adultos jovens apresentavam sintomas durante dois anos antes do seu diagnóstico. Isso pode ser parte do motivo pelo qual muitos desses pacientes mais jovens apresentavam doença mais avançada no momento do diagnóstico do que normalmente vemos em pessoas mais velhas que fazem exames regularmente”, concluiu.