Um novo estudo, desenvolvido por investigadores da Universidade de Pittsburgh, na Pensilvânia, EUA, concluiu que os líquidos com sabor a menta para os cigarros eletrónicos podem provocar danos graves aos pulmões, já que criam mais micropartículas tóxicas relativamente aos líquidos sem este sabor.
A equipa serviu-se de um robô de vapear, projetado para imitar a mecânica da respiração humana no momento de vapear com o objetivo de analisar o que acontece quando se utiliza este sabor específico. Além disso, também pretendia perceber de que forma misturar líquidos de vapear e adicionar aromatizantes podia impactar a saúde.
De acordo com os investigadores, este robô imita com muita precisão a temperatura, humidade, volume de sopro e duração do vaping, o que significa que pode simular o padrão de respiração saudável e não saudável e prever com segurança a toxicidade pulmonar relacionada com o vaping . Ainda segundo a equipa, o robô ultrapassa as limitações existentes dos testes tradicionais com testes em camundongos ou com o cultivo de células em laboratório.
Os investigadores utilizaram, também, dados de saúde de fumadores de cigarros eletrónicos, dando conta de que aqueles que vapeavam com cigarros com sabor a menta tinham uma função pulmonar mais fraca relativamente aos fumadores de cigarros eletrónicos que não utilizavam este sabor.
Estas conclusões, publicadas esta semana na revista Respiratory Research, foram encontradas independentemente da idade, sexo ou raça, explicou a equipa.
“Muitas pessoas, especialmente os jovens, assumem de forma errada que vapear é seguro, mas mesmo as misturas sem nicotina contêm muitos compostos que podem prejudicar os pulmões”, explica Kambez Benam, professor da Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh, na Pensilvânia, EUA, e autor sénior do estudo, acrescentando que “só porque alguma coisa é segura para consumir como alimento não significa que seja segura para inalar”.