As autoridades do Center for Disease Control and Prevention dos EUA salientam os benefícios da troca dos cigarros pelas soluções de vaping por parte dos fumadores que têm tentado largar o vício. No entanto, surgem cada vez mais estudos que indicam que estes métodos alternativos podem não estar a ajudar a largar a adição de todo, havendo uma maior probabilidade de estas pessoas voltarem a fumar cigarros ‘tradicionais’.
“As nossas descobertas sugerem que os indivíduos que deixam de fumar e se viram para os cigarros eletrónicos ou outros produtos de tabaco na verdade aumentam o risco de voltar a fumar no ano seguinte em 8,5% comparado com quem deixa de fumar”, afirma o autor do estudo da Universidade de São Diego publicado agora na JAMA Network Open. John H. Pierre salienta que “deixar é a coisa mais importante que um fumador pode fazer para melhorar a sua saúde, mas as evidências indicam que mudar para os cigarros eletrónicos torna-o menos provável, não mais provável, de se manter afastado”, cita o EurekaAlert.
A investigação considerou as respostas e comportamentos de 13604 fumadores, entre 2013 e 2015, que foram chamados a responder novamente, numa base anual, nos dois anos seguintes, explorando 12 produtos de tabaco. No primeiro ano, 9,4% destes fumadores tinham deixado o vício, com 62,9% a ter abandonado totalmente e 37,1% mudado para outra forma de tabaco (22,8% para cigarros eletrónicos e 17,6% para um uso diário destes). No segundo seguimento anual, os autores compararam as respostas dos ex-fumadores que deixaram de todo e as dos que tinham optado por substitutos, concluindo que o segundo grupo apresentou uma maior incidência (por 8,5 pontos percentuais) de ter voltado ao vício.
Entre os que se abstiveram, 50% conseguiram passar mais de 12 meses sem fumar, enquanto a percentagem baixa para os 41,5% no grupo que tinha optado por substitutos.
Pela positiva, quem escolheu outras opções ao tabaco convencional apresenta uma maior probabilidade de voltar a tentar deixar de fumar novamente e ficar longe dos cigarros durante pelo menos três meses. A equipa pretende fazer um novo questionário para avaliar se estas evidências apontam para um padrão de desistência crónica ou se conduzem efetivamente a um abandono completo.