No espaço de três dias, teve dois AVC. Foi operada ao cérebro, que estava a comprimir, e acabou por ficar em coma induzido, durante um mês. Quando acordou, tinha perdido tudo, ou quase tudo: não andava, não falava, não comia, usava fraldas e tinha de ter suporte de oxigénio, pois não respirava sozinha. “Quando acordei, estava muito assustada”, recorda Catarina Bicho, 25 anos, lembrando o dia em que, há 5 anos, saiu do estado de perigo de vida.
Tudo começara com uma intensa dor de cabeça, pouco antes da hora de jantar. “Lembro-me de estar agarrada à cabeça por não conseguir aguentar as dores”, relata, contando que depois desmaiou e acabou no hospital. Por ser muito nova, os médicos no dia do primeiro AVC ainda pensaram tratar-se de um ataque de ansiedade, mas, quando surgiu o segundo, tendo entretanto sido transferida de unidade de saúde, desfizeram-se as dúvidas. “Nesse dia, os médicos disseram-me, a mim e ao meu marido: ‘Preparem-se, pois o caso da vossa filha é muito grave e pouco há que nós possamos fazer’”, conta Carla Mendes, 50 anos, dizendo que lhes explicaram que tudo era uma incógnita e que dependia de a jovem acordar do coma e de que forma.
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A situação era complexa: Catarina tinha sofrido um entupimento de uma artéria (AVC isquémico) e, 48 horas depois, rebentaram duas veias no seu cérebro (AVC hemorrágico). Conseguiu recuperar e sair do hospital, apesar de ter ficado com algumas sequelas físicas e 75% do lado direito do seu cérebro afetado. O facto de ter sobrevivido surpreendeu até os médicos. “É conhecida, no hospital, como a menina do milagre”, descreve Carla. A sua filha escapou àquela que é a principal causa de morte em Portugal, segundo a Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral.
O presidente, José Castro Lopes, tem avisado que, por hora, três portugueses sofrem um AVC. Um deles não sobrevive e o outro fica com sequelas incapacitantes.

Frederico Augusto, 30 anos, teve um AVC quando tinha apenas 24 e conseguiu recuperar, apesar de os médicos terem inicialmente avisado que iria “ficar um vegetal”
Anualmente, há 20 mil novos casos de AVC em Portugal, nota Teresa Melo, responsável pela unidade de AVC do serviço de Neurologia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, acrescentando que este, ao contrário do que se possa pensar, não acontece só nos idosos. Aliás, “atinge cada vez pessoas em idades mais jovens”, esclarece Isabel Luzeiro, presidente da Sociedade Portuguesa de Neurologia.
De facto, a idade, por si, aumenta a probabilidade de ocorrência de AVC, porque, com o passar dos anos, as artérias do cérebro vão ficando degradadas. Mas há outros fatores de risco, como a hipertensão, o colesterol elevado, a diabetes, entre outros.
Aliás, avisa Elsa Azevedo, diretora do Serviço de Neurologia do Hospital Universitário de São João, é possível prevenir o AVC, o que passa, em parte, por um estilo de vida saudável. “Metade dos casos poderia ser evitada apenas com o controlo da pressão arterial e deixando-se de fumar”, adianta.
Frederico Augusto, 30 anos, também foi apanhado de surpresa, aos 24 anos, por um AVC – uma situação clínica “em que o cérebro fica privado de oxigénio”, refere Ana Paiva Nunes, coordenadora da Unidade Cerebrovascular do Hospital São José, em Lisboa, explicando que, por isso, “a zona que não recebe oxigénio deixa de funcionar”.
Metade dos casos poderia ser evitada apenas com o controlo da pressão arterial e deixando-se de fumar
Elsa Azevedo, Diretora do Serviço de Neurologia do Hospital Universitário de São João
Já lá vão seis anos desde que o gerente de postos de abastecimento de Valongo apanhou o maior susto da sua vida. “Tinha acabado de tomar banho para ir de lua de mel, e a minha mulher encontrou-me inanimado no quarto”, conta, recordando-se do dia 30 de março. Esteve dez dias em coma, devido a um AVC isquémico que acontece quando, explica Teresa Melo, “um vaso de maior ou menor calibre oclui e provoca uma zona de isquemia, onde não chega circulação”. “Em poucas horas, essa zona morrerá. Vai ficar irrecuperável”, acrescenta.
Este tipo de AVC é o mais frequente. “Mais de 70% dos AVC são isquémicos, ocorrem por entupimento das artérias”, garante, por seu lado, Mário Espiga, cardiologista e antigo presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia. Quando, por outro lado, há um vaso do cérebro que rebenta, dá-se um AVC hemorrágico. Nessas circunstâncias, explica Teresa Melo, há uma hemorragia em que o “sangue vai espalhar-se nos tecidos à volta desse vaso”, destruindo as estruturas. Na prática, acrescenta, “quer numa situação quer noutra, há sempre uma zona do cérebro que vai deixar de funcionar”. Ainda assim, alerta: “Há situações em que pode haver recuperação.” Foi o que aconteceu com Frederico Augusto que conseguiu recuperar, a muito custo, apesar de ter tido um prognóstico sempre muito reservado. “Os médicos diziam que se eu sobrevivesse, ia ficar um vegetal”, conta. Quando acordou, não mexia nada. “Nem levantava a cabeça sequer”, relata. “Tinha um aparelho na garganta que, mecanicamente, dava ar aos pulmões”, frisa, acrescentando que esteve sete meses a ser alimentado por uma sonda e que precisou de quatro para voltar a falar.
A regra dos três “F”
Edgar Alves, aos 52 anos, aproveitou a noite de uma sexta-feira para ir ao café com os amigos. Perto da meia-noite, começou a sentir algo estranho no corpo. “Tinha um formigueiro na perna e no braço direito, não tinha força”, conta o reformado da GNR. Numa questão de minutos, as sensações alastraram-se até à boca. “Comecei a ficar com a fala enrolada”, diz. Aí, já em pânico, pediu aos colegas para chamarem o INEM.
“Para detetar o AVC é útil saber três sinais de alerta – os três F”, detalha Elsa Azevedo. “Os grandes sinais são a boca ao lado, a dificuldade em falar e a falta de força num braço”, acrescenta Ana Paiva Nunes. Mas “os variadíssimos sintomas que podem ocorrer dependem da área específica do cérebro que é afetada”, esclarece a médica.

No caso de Ivone Máximo, o que a fez desconfiar de que algo se passava foi a perda de visão acompanhada de enxaquecas muito fortes. Na madrugada de 8 de julho de 2007, na altura com 29 anos, depois de um jantar com amigos, a enfermeira chegou a casa e, antes de ir para a cama, foi à casa de banho desmaquilhar-se. “Tive um desses episódios em que deixei de ver de um dos olhos e a seguir tive uma dor de cabeça muito intensa”, conta. “Vi que estava com as pupilas diferentes, muito acentuadas, e que a dor era cada vez mais forte”, recorda. Quando decidiu ir deitar-se, Ivone lembra-se de olhar para o filme que estava a dar na televisão e de não conseguir ver as legendas. “Não conseguia sequer identificar a linguagem que ali estava”, afirma, explicando que se sentia confusa e com vontade de vomitar. Foi nesse momento que decidiu chamar o 112. E esta é a decisão mais importante a tomar perante desconfianças de um AVC. “O fundamental é o doente chegar o mais rápido possível ao hospital para se resolver a situação e haver capacidade de recuperação”, alerta Ana Paiva Nunes.
Quando Ivone Máximo chegou ao centro de saúde de Albufeira, os médicos diziam que se tratava de uma enxaqueca. “Insisti que não me recordava da morada nem do meu número de telefone”, conta, explicando que acabou por ir embora. Nessa manhã, por persistência dos sintomas, decidiu ir ao Hospital de Portimão e dali não saiu mais durante duas semanas. “Eu sabia que se estava a passar alguma coisa com o meu cérebro, mas nunca achei que fosse um AVC”, diz, explicando que não havia fatores de risco associados à sua idade.

Também Edgar Alves, que teve o AVC aos 52 anos, não imaginou tratar-se de uma situação tão grave: “Pensava que só acontecia a pessoas mais velhas.” Porém, esta ideia de que o AVC só afeta os idosos é errada. Estes episódios “podem ocorrer em todas as idades, incluindo dentro da barriga da mãe”, garante Ana Paiva Nunes. No entanto, é mais provável que surjam em pessoas mais velhas, pois, esclarece, “os fatores de risco vão-se acumulando”. Foi exatamente um desses fatores, a tensão arterial alta, que levaram Edgar Alves a estar sete dias no hospital com um AVC hemorrágico. “Sabia que tinha esse problema [tensão arterial alta], mas não fazia qualquer tipo de tratamento”, admite.
Os 10 fatores de risco
Veja o que pode levar a um AVC, segundo os especialistas
Má alimentação
Uma dieta pouco saudável é um fator risco, porque leva a que as artérias do corpo – incluindo as do cérebro – fiquem mais suscetíveis de fecharem e, em alguns casos, de se romperem, dando origem a um AVC. “O excesso de sal aumenta o risco de hipertensão, as gorduras saturadas fazem subir o mau colesterol e os açúcares provocam o aumento do peso e a diabetes mellitus tipo 2”, explica a neurologista Elsa Azevedo.
Hipertensão
A “pressão com que o sangue circula nas artérias”, explica Mário Espiga Macedo, “se for elevada (como a hipertensão), é transmitida aos vasos cerebrais”. Assim, estes “vão sendo fragilizados até que um dia há uma catástrofe: podem ficar entupidos ou podem romper-se e fazer uma hemorragia”, explica o especialista. Para Elsa Azevedo, esta é, “de longe, a principal causa de um AVC hemorrágico”.
Tabaco
O tabaco é “o pior veneno para vir desenvolver-se aterosclerose – a ferrugem vai entupindo os vasos”, diz Mário Espiga Macedo. Portanto, acrescenta, no caso de haver uma subida súbita de tensão, num momento de nervosismo ou de susto, “pode haver o entupimento de um vaso que já estava muito obstruído por causa do tabaco”.
Diabetes
A doença promove a aterosclerose, e as placas de gordura que se vão formando nas artérias do cérebro podem fazer com que estas fechem.
Colesterol alto
Leva a que fiquem depositadas no cérebro as “moléculas de HDL”, que correspondem, segundo Victor Gil, ao “mau colesterol”. Isto contribui para que, explica Mário Espiga Macedo, “o revestimento das artérias fique com cada vez mais gordura e com o calibre mais pequeno”, até que um dia elas poderão entupir.
Doenças do coração
Podem causar, sobretudo, AVC isquémicos, quando “são doenças em que o sangue fica mais parado em partes do coração”, diz Elsa Azevedo, acrescentando que, nessas zonas, há um maior risco de “se formar trombos, sólidos”. Entre as doenças mais perigosas para os AVC, os médicos destacam a “fibrilação auricular”.
Aneurisma
Os aneurismas podem ser, segundo Mário Macedo, um fator de risco muito mais ligado ao AVC hemorrágico. No entanto, são situações muito raras.
Pancada na cabeça
Os traumatismos estão associados à rutura de uma artéria, porque, explica Manuel Manita, neurologista no Hospital CUF, provocam uma hemorragia. No entanto, esclarece, “é um AVC hemorrágico de outra natureza, porque é intracraniano e extracerebral”.
Lúpus
Ainda que raramente esta doença esteja associada a um AVC, Elsa Azevedo esclarece que tal “pode acontecer”, nomeadamente “quando surgem no sangue anticorpos antifosfolipídicos”, como o “anticorpo lúpico” ou a “anticardiolipina”, entre outros. “Uma vez que aumentam a coagulação do sangue, podem facilitar a formação de trombos”, diz,
Drogas
O consumo de drogas pode originar tanto um AVC isquémico como um AVC hemorrágico. O primeiro caso, explica Elsa Azevedo, acontece quando as drogas “provocam um aperto das artérias, impedindo o sangue de chegar ao cérebro”. O segundo dá-se quando, por causa das drogas, “há uma subida acentuada e rápida da pressão arterial, fazendo rebentar uma pequena artéria cerebral mais frágil”, esclarece a médica. Por seu lado, Manuel Manita diz que a cocaína pode estar mais associada a hemorragias e não tanto às isquemias, porque “é um estimulante muito intenso” que pode “provocar o aumento da tensão ou alterações da dinâmica das artérias”, podendo estas romper-se com mais facilidade.
Já Frederico Augusto – que acordou de um coma ao fim de dez dias – não sabe bem o que lhe provocou o AVC. Os médicos dizem que a causa é inconclusiva, mas acreditam ter sido uma conjugação de fatores. “Tinha o peso um pouco elevado, fumava, bebia socialmente e tinha um trabalho stressante”, conta. Associado a tudo isto, adianta, havia ainda um problema de coração que eu desconhecia. “Havia uma válvula no coração a funcionar mal desde a nascença e eu só o descobri quando tive o AVC”, afirma.
Chegar ao hospital a tempo
Liberto Pires, 68 anos, esteve durante uma semana internado nos cuidados intensivos, em 2017, depois de ter sofrido um AVC isquémico. Saiu do Hospital Particular do Algarve pelo próprio pé e sem qualquer tipo de mazelas. “Continuei a trabalhar e a fazer a minha vida normal”, revela. O pior tinha passado, achava o reformado encarregado da manutenção dos cais da Marina de Vilamoura, sem saber o que o esperava um ano mais tarde. A 10 de junho de 2018, o cenário repetiu-se. A mulher, Maria José Pires, ao ver o marido a perder os sentidos e já a enrolar a língua, alertou o filho para que chamasse o 112. Liberto foi transportado para o Hospital de Faro, mas, devido à gravidade do seu segundo AVC isquémico, teve de ser transferido, de helicóptero, até ao Hospital de São José, em Lisboa, e só aí começou a ter consciência suficiente para hoje poder contar como o trataram. “Assim que lá cheguei, fizeram-me uma angiografia”, conta, acrescentando que, na altura, “tinha a boca ao lado, não falava e tinha tanto o braço como a perna imobilizados”. “Sentia as compressas a passar para tirar o sangue da minha virilha direita”, recorda. Este procedimento, revela Teresa Melo, foi feito para “desobstruir o vaso” e pode ser realizado até seis horas de evolução e, em algumas pessoas, “poderá ser até mais tarde”. Mas esta intervenção, alerta, não é viável para todos os doentes, “tem de haver a oclusão de um vaso suficientemente grande”. Liberto já não chegou a tempo de fazer o outro tratamento possível para o AVC isquémico, porque já tinha ultrapassado as 4 horas e meia desde que começaram os sintomas. Durante esse período, esclarece a especialista, pode usar-se “um medicamento por via intravenosa que vai tentar desfazer o coágulo e restabelecer a circulação nessa zona”. Ao contrário do AVC isquémico, o hemorrágico não tem um tratamento específico. “A coleção de sangue que se está a formar fora do vaso vai crescer durante algum tempo e quanto maior esta for, pior será”, garante Teresa Melo. Por isso, uma das medidas a aplicar, explica, é baixar a tensão arterial. “Isso protege o doente do crescimento do hematoma”, afirma. Ivone Máximo recorda-se de ter feito muita medicação para o “edema cerebral e para diminuir a pressão no cérebro”. “Além da dor, o que me afligia mais era a sensação de que a minha cabeça ia rebentar”, conta.
Segundas oportunidades
Liberto Pires recorda-se de que, no final do procedimento, a sua boca já estava direita, tinha recuperado a fala e, no dia seguinte, tanto o braço como a perna já mexiam. O seu caso entra mais na lista das exceções do que na das regras. Edgar Alves, por seu lado, saiu do hospital com o lado direito todo adormecido. Só largou a cadeira de rodas ao fim de um mês, para começar a andar de canadianas e, mais tarde, de bengala. “Ao princípio, tinha vergonha de como estava fisicamente”, revela, explicando que atualmente já se adaptou. Além de ter comprado um carro automático, tornou-se canhoto. “A mão direita não funciona tão bem, não tenho tanta força”, conta. Frederico Augusto só conseguiu sair da cadeira de rodas quatro meses depois do AVC. Recuperou o andar, mas confessa a falta de agilidade que tem no braço e a dificuldade na fala que acabou por persistir. “Não conseguir comunicar é muito frustrante”, admite, explicando que, apesar da recuperação difícil, está grato pela segunda oportunidade que teve. “A minha maior alegria foi quando consegui rodar-me sozinho na cama, pela primeira vez”, conta. Com Ivone Máximo, as sequelas ficaram pela parte cognitiva. Por isso, diz que consegue “disfarçar quase totalmente” que teve um AVC. “Eu não tinha nenhuma sequela física, mas não sabia como caminhar na areia ou na calçada”, desvenda. “Sentia o meu cérebro a mandar informação para as minhas pernas se mexerem, mas elas não obedeciam logo”. Além da falta de equilíbrio, ficou também com falta de memória. “Tenho dificuldade em memorizar coisas novas, como os nomes das pessoas”, revela, acrescentando que o AVC também a deixou com stresse pós-traumático. “Tenho muito medo de que volte a acontecer-me, e isso dominou-me durante muito tempo”, diz, recordando que foi muitas vezes às urgências durante os primeiros anos, pois achava que estava a ter outro AVC. Hoje, já lida muito melhor com o assunto, mas garante: “Uma pessoa nunca mais fica igual.”
Catarina Bicho ficou com mazelas físicas e psicológicas. Não tem sido fácil. “Para tudo o que envolva as duas mãos, eu preciso de ajuda”, diz. A sua mãe recorda que a casa de banho teve de ser adaptada à sua condição, para que pudesse tomar banho sozinha, e o impacto ao nível neurológico causou-lhe défice de atenção e dificuldades na memória atual. Só há pouco tempo é que Catarina se apercebeu do peso de tudo o que lhe aconteceu. E confessa que se sente mais revoltada: “Eu era independente e agora tenho de pedir ajuda para quase tudo.”
As dúvidas
Médicos da Unidade de AVC do Serviço de Neurologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra esclarecem-nos
Num AVC, 120 milhões de células cerebrais morrem por hora?
Sim E isso equivale a 1,9 milhões de neurónios por minuto. O que reforça a importância de se estar atento aos sintomas do AVC e, na presença destes, de se ativar com rapidez os cuidados de saúde.
Um em cada quatro pacientes que tiveram AVC terá outro?
Muitas vezes, porque não se encontra uma causa, por falha no tratamento preventivo, entre outros fatores, alguns doentes podem ter novos AVC. Essa percentagem tem vindo a diminuir: classicamente estava nos 25%, mas recentemente a percentagem parece situar-se entre os 10% e os 15 por cento.
Os três primeiros meses de recuperação são vitais?
Após um AVC, e durante dois anos, há capacidade de recuperação. No entanto, o potencial de recuperação vai diminuindo ao longo desse tempo, sendo que é nos primeiros três a seis meses que se concentra o maior potencial.
Um AVC pode ser silencioso?
Pode. Se o AVC afetar a área responsável pela mobilização da mão, facilmente nos apercebemos disso, mas, se afetar áreas cerebrais responsáveis por funções com menos impacto direto, podemos não nos apercebermos dele e só mais tarde apresentarmos sintomas relacionados com esses défices neurológicos.
Artigo publicado na VISÃO Saúde nº 16, de fevereiro/março de 2021