As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo, levando à morte de cerca de 18 milhões de pessoas a cada ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Se até agora havia sete métricas a ter em conta quando se fala na saúde do coração – alimentação, atividade física, tabagismo, peso, colesterol, açúcar no sangue e pressão arterial-, agora uma nova pode adicionada: o sono.
Os investigadores da Escola de Saúde Pública Mailman da Universidade de Colúmbia analisaram os dados de aproximadamente 2 mil adultos do Multi-Ethnic Study of Atherosclerosis (MESA), um estudo americano que analisa os fatores de risco para as doenças cardiovasculares. Os participantes realizaram exames ao sono e ao seu estado de saúde, durante sete dias.
O estudo descobriu que 63% dos participantes dormiam menos de 7 horas por noite e 30% dormiam menos de 6 horas. Para a métrica de duração do sono, o ideal é dormir 7 horas ou mais, mas menos de 9 horas.
Os indivíduos, segundo a análise, que dormiam menos de 7 horas por noite tinham maior probabilidade de “baixa eficiência do sono”, padrões irregulares de sono, sonolência diurna excessiva (14%) e apneia do sono – quase metade dos pacientes tinham apneia do sono moderada a grave.
Além disso, as pessoas com sono pouco eficaz também apresentaram maior prevalência de sobrepeso/obesidade, diabetes tipo 2 e hipertensão.
“Um mau sono também está ligado a outros comportamentos de saúde mau”, refere a autora do estudo Nour Makarem, professora assistente de epidemiologia da Mailman School of Public Health. A especialista explica que as pessoas que não dormem o suficiente geralmente têm uma dieta pobre e a uma menor predisposição para a atividade física.
“Tanto uma dieta pobre quanto a falta de exercício, é claro, também são um importante fator de risco para doenças cardíacas”, analisa Makarem. “O sono está relacionado a muitos fatores de risco de doenças cardiovasculares, incluindo fatores de risco psicológicos”. Isto porque dormir mal pode aumentar os níveis de stresse e os riscos de depressão, os quais também afetam a saúde do coração.
“Em poucas palavras, o sono está relacionado a fatores de risco clínicos ou psicológicos e relacionados ao estilo de vida. Portanto, não é surpresa que o sono mau aumente o risco futuro de doenças cardíacas”, acrescentou Makarem.
Assim, a investigadora recorda que os profissionais de saúde devem avaliar os padrões de sono dos seus pacientes, discutir problemas relacionados ao sono e educar os pacientes sobre a importância de priorizar o sono.