Se gosta de chá, este artigo pode animá-lo: um estudo recente, realizado por investigadores do National Institutes of Health (NIH) do Reino Unido, e que incluiu meio milhão de britânicos, descobriu que os voluntários que consumiam duas ou mais chávenas de chá por dia tinham até 13% menos probabilidade de morrer por qualquer causa, mas principalmente de doenças cardiovasculares. E os resultados foram visíveis mesmo nos participantes que colocavam açúcar no chá.
A equipa utilizou dados de um banco biomédico, o U.K.Biobank, relativos a homens e mulheres entre os 50 e os 69 anos, sendo que a maioria (85%) relatou ingerir chá regularmente, com 89% a afirmar que o preto é o seu chá de eleição. Sem surpresas: apesar de ter sido criado há mais de 5 mil anos, na China, o chá é uma das bebidas mais ingeridas no Reino Unido, quase por tradição, principalmente o preto – na Europa, este tipo de chá também é o mais consumido. De acordo com a UK Tea and Infusions Association, organização que promove o consumo de chá e infusões, os britânicos consomem, por dia, mais de 100 milhões de chávenas de chá.
Para a realização da investigação, publicada no Annals of Internal Medicine, os paticipantes responderam a questionários de 2006 a 2010, tendo sido acompanhados durante mais de uma década. A equipa percebeu que, comparativamente com os voluntários que não bebiam chá, o consumo regular de chá preto foi associado a uma redução modesta de 9% a 13% na mortalidade em 10 anos, numa população de meia-idade, a sua maioria branca.
Os resultados deram ainda conta de que os efeitos positivos desta bebida não foram afetados quando se ingeriu chá preto com leite, com açúcar, mais quente ou mais frio ou tendo em conta variantes genéticas que influenciam a taxa a que cada um metaboliza a cafeína.
Apesar dos resultados animadores, há várias questões que ficam sem resposta neste estudo observacional: por exemplo, a investigação não afirma claramente que o chá é a razão da menor mortalidade verificada entre os que ingeriam esta bebida e também não ficou esclarecido se as pessoas que não bebem chá devem começar a fazê-lo para melhorarem a sua saúde, no geral.
Contudo, vários estudos têm confirmado, ao longo dos anos, que beber chá é positivo para a saúde, podendo risco reduzir o risco de desenvolvimento de doenças cardíacas e demência, por exemplo, além de poder melhorar a função cerebral.
Um estudo de 2015, levado a cabo por um grupo de investigadores da Universidade de Newcastle, já tinha concluído que esta bebida tem propriedades que permitem melhorar a atividade cerebral. Contudo, tinha de ser preto ou verde. Neste caso, a atividade neurológica aumentva exponencialmente 30 minutos após a sua ingestão e ainda melhorava os processos relacionados com a memória e a tomada de decisões, referia o estudo.