Apesar da meta definida de 85% da população portuguesa vacinada estar a pouco tempo de ser alcançada, ainda não está definido o futuro da ‘Task-force’ da Vacinação. Ou seja, se a equipa liderada por Gouveia e Melo será desmantelada ou mantida durante mais algum tempo. Segundo apurou a VISÃO, tudo parece estar dependente da decisão de haver ou não, num prazo curto, uma terceira dose da vacina, como estão a fazer alguns países como Israel.
Quando Portugal atingir os 85% de pessoas com vacinação completa pouco mais haverá para fazer, pois o Vice-almirante Gouveia e Melo já assumiu que esse é uma taxa de cobertura difícil de ultrapassar. Isto porque 11% da população tem menos de 11 anos, não havendo até agora uma vacina aprovada, e outros 2 ou 3 % correspondem a pessoas que não querem ou não podem ser imunizadas contra a Covid-19.
Assim, ao atingir-se 85%, a função da ‘Task force’ ficará completa. A partir dai a quantidade de vacinas a administrar será de pequena dimensão, o que irá permitir que sejam dadas nos centros de saúde. Por outro lado, caso se decida que é preciso imunizar algumas pessoas todos os anos, como sucede com a gripe, então, a vacina da Covid-19 entrará no plano nacional de vacinação e será administrada como sucede com as outras.
Todas estas questões estão a ser debatidas na Comissão Técnica da Vacinação. Segundo confirmou à VISÃO, Manuel Carmo Gomes, que integra essa mesma comissão, a questão da terceira dose está a ser debatida nas últimas semanas. Recentemente já recomendou que a dose de reforço fosse dada a todos os imunodeprimidos, mas terá depois de decidir se será dada à restante população. “Estamos a aguardar uma posição da Agência Europeia de Medicamentos”, explica à VISÃO Manuel Carmo Gomes, admitindo que a questão da terceira dose é um dos temas debatidos para que possa depois ser tomada decisão. A Agência Europeia do Medicamento (EMEA) deverá agora em setembro anunciar a sua posição sobre a segurança da dose de reforço. Depois caberá a cada país decidir quando e a quem dar. “Não me parece que em Portugal seja dada a toda a população”, adianta Carmo Gomes, avisando, porém, que não se deve falar em “nunca nem em sempre”. O mais provável é que a ser dada a terceira dose, deverá ser apenas aos grupos de pessoas mais frágeis. Mas para que Portugal tome uma decisão final é preciso analisar ainda com mais detalhe, “os benefícios” dessa dose de reforço, diz.
Assim, esta decisão poderá ditar também o fim ou a manutenção da ‘Task-force’. Esta, além do Vice-almirante, conta com mais 32 elementos – que constituem o chamado Estado Maior do coordenador. Com exceção de um civil, que assume o papel de secretária, todos os outros são militares dos três ramos das Forças Armadas, estando apenas um na reserva. São eles que tratam da questão do planeamento e das respetivas operações e ainda são responsáveis pela comunicação. Estão todos destacados para esta missão de ajudar o vice-almirante e quando a ‘Task force’ for desmantelada irão todos ocupar os postos anteriores.