“Estamos efetivamente numa fase decrescente da epidemia, que é generalizada em todas as regiões de Portugal continental e grupos etários, mas continuamos com uma incidência extremamente elevada. Por outro lado, este nível de confinamento parece suficiente para inverter a tendência, mesmo nas áreas em que há maioria presença da variante inglesa”. As palavras são de André Peralta Santos, o Diretor do Serviço de Informação e Análise da Direção-Geral da Saúde (DGS), e resumem bem a intervenção do especialista, esta terça-feira, no auditório do Infarmed.
O país atingiu – segundo o perito da DGS – o pico de casos de Covid-19 no dia 29 de janeiro, quando a “taxa de notificação revelava 1699 casos cumulativos a 14 dias por cem mil habitantes”. Agora, a taxa de incidência deverá rondar os 1200, ou seja, “iniciámos uma trajetória descendente” no número de infeções, que deverá ser acompanhada por uma diminuição da mortalidade. Quanto às hospitalizações, André Peralta Santos não é tão assertivo, tendo-se escusado a afirmar que estas sofrerão um decréscimo nas próximas semanas. No caso das unidades de cuidados intensivos, “ainda se está a formar um pico, sem tendência definida”.
A exceção ao cenário otimista é a região autónoma da Madeira, que ainda não terá começado a diminuir o número de casos. De resto, mesmo nas zonas onde a incidência rebentou a escala (que tinha como máximo os 960 casos por cem mil habitantes e agora tem uma nova categoria de 1920 por cem mil habitantes), há “um decréscimo generalizado”, que se estende à análise por faixas etárias.
“Todas as idades tem uma tendência decrescente”, disse o Diretor do Serviço de Informação da DGS, ressalvando que, em dezembro, as pessoas acima dos 80 anos atingiram “incidências muito elevadas”, tal como as faixas etárias entre os 60 e os 80. São estas também que dão origem à maior parte das vítimas mortais, sendo que o pico das mortes terá acontecido “na primeira semana de fevereiro”.