A Direção-Geral da Saúde (DGS) confirma que “é expectável que exista um aumento no número de recuperados” da Covid-19 nos próximos dias.
Ontem, dia 20, foram contabilizados quase 2 mil doentes recuperados em 24 horas – o segundo valor mais elevado de sempre – na terça-feira anterior, 13, tinham tido alta 547 pessoas. Hoje, a DGS revelou 1 340 casos recuperados.
O principal motivo para esta variação é a alteração dos critérios de cura dos doentes assintomáticos, ligeiros ou moderados. Agora, já não precisam de permanecer 14 dias em isolamento, nem de serem testados para regressarem à vida ativa.
As pessoas assintomáticas ou com sintomas ligeiros não estão infeciosas a partir do oitavo ou do décimo dia de doença.
De acordo com os novos dados científicos, as pessoas assintomáticas ou com sintomas ligeiros não estão infeciosas a partir do oitavo ou do décimo dia de doença, mesmo que ainda sejam detetadas partículas virais no teste PCR.
Perante esta evidência, a DGS optou por diminuir o período de isolamento dos doentes assintomáticos ou ligeiros para dez dias e deixou de ser necessário realizarem um teste de despistagem para serem considerados curados. Essencial é que não tenham tido febre nos três dias anteriores. E que não manifestem quaisquer outros sintomas.
Os dez dias contam-se a partir do momento em que se revelaram os sintomas ou em que foi realizado um teste de rastreio PCR com resultado positivo.
Para regressarem ao trabalho ou à escola, por exemplo, em vez de apresentarem um teste com resultado negativo, bastará uma declaração médica que ateste a sua recuperação.
Mas há exceções. Os profissionais de saúde ou prestadores de cuidados de elevada proximidade, como os trabalhadores dos lares, os doentes internados ou as grávidas continuam a ter de apresentar um teste negativo para garantirem que têm alta.
Isolamento também pode diminuir
No caso das pessoas com doença grave ou crítica, o período de isolamento continua a ser mais longo. Só são consideradas curadas ao fim de 20 dias, desde que o seu estado de saúde tenha melhorado significativamente nos últimos três e que não tenham tido febre.
Os 14 dias de isolamento mantêm-se para os casos suspeitos, que aguardam a manifestação dos sintomas da doença. Um contacto de risco de um doente confirmado, por exemplo, mesmo que esteja assintomático, terá de permanecer 14 dias em casa.
Mas é possível que também este período de isolamento venha a ser encurtado. A diretora-geral da saúde, Graça Freitas, afirmou em conferência de imprensa que “hoje vamos sabendo que esta mediana está entre os sete e os nove dias”, referindo-se ao período de incubação da doença. “Se isto se comprovar, com a ciência, vamos conseguir antecipar a saída destas pessoas, também”, avançou.
Além do aumento do número de doentes recuperados, Portugal também registou ontem, pela primeira vez desde 15 de agosto, uma diminuição dos casos ativos – eram 39 625 na terça-feira, menos 71 do que no dia anterior. Mas hoje voltaram a aumentar e são já 40 804.
Dos cerca de 106 mil casos registados em Portugal desde o início da pandemia, já recuperaram mais de 63 mil doentes.