De acordo com um estudo britânico, divulgado na passada quinta-feira, 27 de agosto, a hipótese de as crianças em idade escolar contraírem Covid-19 é “muito pequena”.
O estudo, publicado na revista científica British Medical Journal, analisou o estado de saúde de 651 menores de 19 anos que contraíram Covid-19 e receberam tratamento hospitalar. A análise englobou as crianças que deram entrada em hospitais de Inglaterra, Escócia e País de Gales, entre janeiro e julho.
A pesquisa concluiu que 1% (o correspondente a seis crianças) do total morreu com coronavírus, em comparação com 27% pertencentes a faixas etárias mais avançadas. O estudo sublinha que as seis crianças tinham problemas de saúde “profundos” e muito complexos.
Os sintomas mais comuns verificados nas crianças internadas no hospital foram febre, tosse, náuseas ou vómitos e falta de ar. As crianças mais velhas eram mais propensas a ter dor de estômago, de cabeça e de garganta. Além disso, das 651 crianças envolvidas no estudo, 42% tinham um problema de saúde subjacente, nomeadamente doenças no cérebro e no sistema nervoso, mas também cancro e asma. Os resultados revelaram que essas crianças que sofriam de asma não precisaram de cuidados intensivos, ao contrário daquelas que apresentavam excesso de peso.
52 crianças foram, ainda, diagnosticadas com uma síndrome rara associada à Covid-19, com o primeiro caso a ser identificado no mês de março. Essas crianças eram mais velhas (cerca de 10 anos) e pertenciam a minorias étnicas. Mas a análise revelou que essas respondiam cinco vezes melhor aos tratamentos do que as crianças que não sofriam da síndrome.
Os especialistas envolvidos no estudo, citados pela CNN, indicam que não se registaram mortes de crianças “saudáveis em idade escolar”. Olivia Swann, uma das autoras da análise, declara que espera que a descoberta seja “extremamente tranquilizadora para os pais em todo o Reino Unido”, na sequência da implementação das medidas de regresso às aulas.