Além do uso da máscara de proteção, as autoridades de saúde pública incentivam as pessoas a manterem uma distância de segurança para diminuir a propagação do vírus através das gotículas respiratórias. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que estejamos afastados um metro e a Direção Geral da Saúde aconselha dois metros.
Mas três especialistas – Chia Wang, da Universidade Nacional Sun Yat-sen, em Taiwan, e Kimberly Prather e Robert Schooley, da Universidade de Califórnia – alertam que estes dois metros aconselhados podem não ser suficientes e que a transmissão aérea do vírus é um problema sério.
Publicado na revista Science, um estudo assinado pelos investigadores destaca a importância de um grande distanciamento social, do uso das máscaras e da necessidade de realizar testes regulares, utilizando como exemplo Singapura, Hong Kong e Taiwan, locais onde o uso de máscaras é universal e o vírus foi controlado.
“As evidências sugerem que [o novo coronavírus] está a espalhar-se silenciosamente através de aerossóis libertados por indivíduos infetados, altamente contagiosos, sem sintomas”, lê-se no estudo. “Cada vez existem mais evidências de que a recomendação de dois metros da OMS provavelmente não é suficiente em muitas ocasiões,já que os aerossóis podem permanecer no ar durante horas, acumular-se ao longo do tempo e acompanhar os fluxos de ar a distâncias superiores dois metros.” Devido a este risco, o uso de máscara torna-se ainda mais essencial, mesmo quando nos encontramos à distância recomendada, escrevem os investigadores.
O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA alerta que as gotículas “podem pousar na boca ou no nariz de pessoas que estão próximas ou podem ser inaladas pelos pulmões”. Uma grande proporção da disseminação da doença parece estar a acontecer através da transmissão aérea de aerossóis produzidos por pessoas assintomáticas durante a respiração e a fala.
“Para que a sociedade retome as suas atividades, são precisas medidas para reduzir a emissão destes aerossóis, incluindo uso universal de máscaras”, concluiu o estudo.