O último relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) indica que o contágio do SARS-CoV-2 através de superfícies contaminadas não é evidente. Aliás, a OMS diz que não encontrou provas conclusivas sobre esse contágio por se tocar em maçanetas de portas, interruptores ou mesas.
Na habitual conferência de imprensa diária, Graça Freitas, diretora Geral de Saúde, mostrou-se satisfeita com a notícia. “A transmissão do vírus é mais difícil do que se pensava através de corrimãos ou maçanetas das portas. Mas a desinfeção e limpeza dessas superfícies continuam a ser recomendadas pela OMS. É uma boa notícia, porque permitirá um regresso à normalidade mais à vontade.”
De acordo com o documento internacional a doença “Covid-19 é transmitida principalmente por contacto físico próximo e por detritos respiratórios”, refere-se.
Apesar de existirem estudos que indicam que o vírus pode sobreviver até 72 horas em determinados locais, a OMS explica que essas investigações foram feitas em laboratório e “longe das condições do mundo real”.
As declarações da organização vêm ao encontro do estudo realizado por cientistas israelitas a telemóveis utilizados por doentes com Covid-19. De acordo com os resultados, os investigadores concluíram ser “altamente improvável que as amostras do novo coronavírus retiradas de superfícies tocadas por doentes estivessem vivas ou capazes de se reproduzir em laboratório”, já que os organismos extraídos dos telemóveis não foram “capazes” de se reproduzir em laboratório, assim como as que foram retiradas das superfícies de duas enfermarias.
“A questão do contacto com superfícies foi muito falado na comunicação social e houve muita discussão sobre quanto tempo o vírus permaneceria em diversos materiais. Desde o início que não acreditei muito que houvesse contaminação desta forma. Não temos provas epidemiológicas de que alguém contraiu o vírus por contacto superficial”, diz Tal Brosh, o diretor da Unidade de Doenças Infecto Contagiosas do Assuta Medical Center, em Telavive, que conduziu o estudo, citado pelo jornal Israel Hayom. “Tanto quanto sabemos”, continua, este foi o primeiro estudo “que analisou a presença de vírus vivos e infecciosos em superfícies” e, até o momento, “não provámos que seja possível contrair o vírus a partir de superfícies”.
A segunda parte do estudo, com amostras tiradas de objetos tocados por doentes, como livros, copos, garrafas ou cadeiras, deverá ser conhecida nos próximos dias.