Vai viajar de avião e não sabe como pode proteger-se? Um estudo recente concluiu que os passageiros que viajam nos assentos junto ao corredor do avião são os mais propensos a contactar com pessoas infetadas pelo coronavírus. Por isso, os especialistas aconselham todos os passageiros a permanecer sentados durante toda a viagem para assim diminuir o risco de contágio da doença.
Na verdade, os cientistas sabem ainda muito pouco sobre a forma como se transmite o coronavírus. No entanto, como se trata de uma doença respiratória infecciosa semelhante à gripe ou ao surto que atingiu a China em 2003 (Síndrome Respiratória Aguda Grave – SARS), as autoridades de saúde assumem que este novo vírus se espalhar a partir dos mesmos meios: tosse ou espirro.
Quando uma pessoas tosse ou espirra liberta pequenas partículas de saliva, muco e outros fluidos (incluindo o vírus) que são depositadas sobre as superfícies adjacentes, seja o assento do avião ou mesmo a pele do passageiro ao lado. O problema vem depois, quando estas partículas entram em contacto com o rosto, nomeadamente a boca. É, por isso, importante usar sempre máscaras de proteção durante as viagens, assim como lavar regularmente as mãos com sabão ou desinfetante e evitar o contacto destas com a boca.
Segundo Emily Landom, diretora de administração médica da Universidade de Medicina de Chicago, EUA, a exposição às partículas do vírus é crítica sempre que alguém se coloque a menos de um metro e meio de distância da pessoa infetada durante mais de 10 minutos. Assim, estes dois fatores são fundamentais para a transmissão da doença.
Outra questão que também tem vindo a ser levantada pelos especialista é quanto tempo as partículas do vírus podem permanecer nas superfícies onde “caem”, embora se saiba que as características de cada superfície – se são porosas ou não, por exemplo – podem influir drasticamente no tempo em que o vírus permanece sobre estas plataformas (de horas a meses).
A Organização Mundial de Saúde avançou que dentro de um avião uma pessoa infetada pode contagiar uma área correspondente a duas filas de assentos (uma à frente e outra a trás do passageiro infetado). Mas as coisas podem não ser assim tão simples, alertaram os especialistas da Universidade de Emory.
Um estudo realizado recentemente pela universidade concluiu que nas viagens de médio e longo curso (mais do que 3 horas) existe uma maior movimentação dos passageiros dentro da aeronave, seja para ir à casa de banho, recolher objetos pessoais da bagagem ou simplesmente deslocar-se ao longo do corredor para esticar as pernas. Todos estes comportamentos representam um risco acrescido na hora de calcular a vulnerabilidade tanto dos passageiros das filas adjacentes (como alegou a OMS), como as pessoas sentadas junto aos lugares mais próximos do corredor do avião.
Cerca de 38% dos passageiros levantam-se do seu lugar uma vez e 24% mais do que uma vez. Já as pessoas que viajam junto às janelas raramente se levantam. Isso reduz o número de contactos que cada um estabelece com outros passageiros: de 64 para os que estão sentados junto ao corredor a apenas 12 para os que estão mais próximos da janela. Por isso, escolher os lugares junto à janela e permanecer no lugar durante toda a viajem reduze consideravelmente o risco de contágio da doença.
O cenário muda se a pessoa infetada for alguém da tripulação. Neste caso, um comissário de bordo infetado poderá transmitir a doença a 4,6 pessoas, bastante acima do número de pessoas que um passageiro pode infetar ( 2,0-3,1 pessoas).
Até agora, já foram registados mais de 80 mil casos de coronavírus no mundo. Só na Europa existem mais de 400 casos confirmados: 370 na Itália, 14 em França e 6 em Espanha.