Cerca de 1,3 milhões de pessoas idosas no Reino Unido podem estar em risco ao tomarem medicamentos de medicina alternativa com potencial para interagir de forma negativa com o outro tipo de medicação. Esta é a conclusão de um novo estudo conduzido por investigadores da Universidade de Hertfordshire e publicado na revista médica British Journal of General Practice.
Uma nova investigação conduzida por investigadores da Universidade de analisou 155 pessoas com mais de 65 anos que tomavam pelo menos um medicamento e deu conta de que 33,6% delas estavam a tomar, ao mesmo tempo, medicamentos à base de plantas ou suplementos alimentares.
Dessa percentagem, os pesquisadores descobriram também que 16 dos participantes estavam em risco de haver interações potencialmente adversas entre os medicamentos que tomavam, que podiam incluir efeitos colaterais como a redução da eficácia da medicação prescrita, risco de sangramento e aumento das concentrações de glicose no sangue.
“Aplicando estes resultados a toda a população do Reino Unido, isso significa que 1,3 milhões de adultos mais velhos correm o risco de pelo menos uma interação medicamentosa negativa”, escrevem os autores.
Os pesquisadores também observaram que os participantes tomavam entre um e oito medicamentos de medicina alternativa e que as mulheres eram mais propensas a tomá-los relativamente aos homens.
Os suplementos alimentares mais utilizados pelas pessoas eram o óleo de fígado de bacalhau, a glucosamina, multivitaminas e vitamina D. Relativamente aos medicamentos feitos à base de plantas medicinais, os mais comuns foram o óleo de prímula, a valeriana e um outro produto feito com lúpulo, Gentiana lutea e flor de maracujá.
Os investigadores alertam para a necessidade de os médicos questionarem os pacientes relativamente à toma de medicação à base de plantas ou suplementos, com o objetivo de perceber como os medicamentos interagem uns com os outros e identificar possíveis efeitos colaterais.
“Os pacientes podem não se lembrar de dizer ao médico que medicamentos à base de plantas ou suplementos dietéticos estão a tomar mas essa informação é importante porque os médicos podem avaliar todos os benefícios e riscos e aconselhar sobre possíveis interações negativas” diz Helen Stokes-Lampard, presidente do Royal College of General Practitioners, no Reino Unido, segundo o The Independent.
“Os médicos estão preocupados com a medicação excessiva dada aos pacientes e é por isso que estamos a trabalhar para garantir que eles tomem apenas os medicamentos que realmente precisam para viverem com melhor qualidade de vida”, refere.